Papa Francisco visita o Sudão do Sul e se encontra com líderes religiosos

O papa Francisco continua a sua visita ao Sudão do Sul até domingo (5). Na capital do país mais jovem do mundo para uma “peregrinação ecumênica pela paz”, ele se dirigiu, neste sábado (4), a membros do clero. Quase mil religiosos se reuniram na Catedral de Santa Teresa para ouvir o Sumo Pontífice.  

Francisco chegou na sexta-feira (3) a Juba, capital do Sudão do Sul, onde se encontrou com os dirigentes do país. E neste sábado (4) foi a vez de se reunir com religiosos vindos de várias dioceses do país, mas também do vizinho Sudão. Todos esperaram pacientemente a chegada do Papa Francisco ao som de cânticos.

Papa Francisco se reúne com religiosos em evento fechado em Juba, capital do Sudão do Sul. — Foto: Vatican Media/­Handout via REUTERS 1 de 2 Papa Francisco se reúne com religiosos em evento fechado em Juba, capital do Sudão do Sul. — Foto: Vatican Media/­Handout via REUTERS

Papa Francisco se reúne com religiosos em evento fechado em Juba, capital do Sudão do Sul. — Foto: Vatican Media/­Handout via REUTERS

“É realmente a Igreja que trabalha pela unidade e pela paz, que tenta dar esperança às pessoas”, disse a irmã Mary George, da diocese de Malakal, no nordeste do país, e que trabalha com os refugiados sul-sudaneses no Sudão. “Eu que trabalho com refugiados, nossa esperança é que a vinda do papa nos una e traga paz, estabilidade em nosso país, para permitir que os refugiados voltem para casa, ao invés de ficarem nos campos onde estão, por dez anos”, acrescenta.

Fiéis aguardam aparição pública do papa Francisco em Juba, capital do Sudão do Sul. — Foto: REUTERS/Samir Bol 2 de 2 Fiéis aguardam aparição pública do papa Francisco em Juba, capital do Sudão do Sul. — Foto: REUTERS/Samir Bol

Fiéis aguardam aparição pública do papa Francisco em Juba, capital do Sudão do Sul. — Foto: REUTERS/Samir Bol

Ao todo, cerca de 4 mil pessoas, segundo as autoridades, reuniram-se desde cedo para esperar o sumo pontífice no pátio da catedral, muitas delas agitando bandeiras nacionais, em clima de festa. "Viemos aqui para receber suas bênçãos. É tudo uma questão de paz. O papa Francisco não pode nem andar, mas vem encorajar nossos líderes", disse John Makuei, 24 anos, que chegou antes do amanhecer para não perder esse "dia histórico".

Em seu discurso, o papa deu conselhos aos religiosos para promoverem a harmonia dentro da sociedade, mas também dentro da Igreja. “Nunca devemos ministrar buscando prestígio religioso e social, mas caminhando no meio e juntos, aprendendo a ouvir e a dialogar”, disse Francisco.

“A mensagem que o papa nos dirigiu hoje, a nós sacerdotes e bispos, a todos os religiosos e cristãos, é ir de casa em casa pregar a paz e a evangelização”, afirmou o padre Victor Roba Bartolomew, da paróquia de Santa Teresa.

O seminarista Peter Gatkuoth Nhial também participou do encontro. “A Igreja realmente lutou pela paz no Sudão do Sul, para unir as pessoas, para que não percam a esperança e rezem juntas. Embora haja problemas em nossa nação, as pessoas precisam se unir e entender que somos todos filhos do mesmo pai”, disse.

O papa Francisco também se reuniu, neste sábado, com deslocados internos do Sudão do Sul, depois de exortar os líderes a darem um "novo salto" aos esforços de paz neste país africano pobre e devastado por guerras pelo poder.

Acompanhado por líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs do país, o pontífice destacou que o caminho "tortuoso" da paz não pode mais ser adiado.

País de 12 milhões de habitantes de maioria católica, o Sudão do Sul conquistou, em 2011, a independência do Sudão, de maioria muçulmana, após décadas de conflito. De 2013 a 2018, uma guerra civil entre apoiadores dos líderes Salva Kiir e Riek Machar deixou 380.000 mortos.

Apesar de um acordo de paz assinado em 2018, a violência persiste e o país registrou 2,2 milhões de deslocados em dezembro, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha). Muito empenhado na defesa dos migrantes, o papa argentino se reuniu com alguns deles.

À noite, Francisco fará o seu terceiro e último discurso do dia, durante uma oração ecumênica. Ao seu lado estarão o Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, chefe espiritual da Igreja Anglicana, e Iain Greenshields, a personalidade mais importante da Igreja da Escócia.

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