Em discurso no 43º aniversário do PT, Lula diz que partido voltou para governar sem ódio
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a festa do 43° aniversário do Partido dos Trabalhadores (PT), realizada na noite desta segunda-feira (13), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Em discurso durante evento de aniversário do PT, na noite desta segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o partido voltou ao poder para governar "sem ódio".
Lula disse ainda que o retorno do PT à Presidência também deve priorizar melhorias na educação, na ciência e tecnologia e nas condições de vida da população.
O partido, que completa 43 anos, fez uma comemoração no Centro de Convenções de Brasília, no qual reuniu políticos influentes da sigla.
"O que eu sei é o seguinte: nós voltamos. Nós voltamos sem ódio, voltamos sem recuo, mas nós voltamos para dizer que é necessário melhorar a educação, ciência e tecnologia, e que é necessário dar um tratamento decente ao ser humano, cuidar das pessoas", afirmou o presidente.
Ao contrário do que tem feito em falas recentes, Lula não disparou críticas ao Banco Central. Nas últimas semanas, ele vinha direcionando duras ressalvas ao trabalho do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e à manutenção da taxa Selic no patamar de 13,75%. No evento desta segunda, esse papel coube à presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Ela disse que é hora de enfrentar o "discurso mercadocrata dos ricos desse país".
2 de 2 presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a festa do 43° aniversário do Partido dos Trabalhadores (PT), realizada na noite desta segunda-feira (13), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a festa do 43° aniversário do Partido dos Trabalhadores (PT), realizada na noite desta segunda-feira (13), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Durante o discurso, Lula criticou o governo de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de genocida, em uma referência à atuação na pandemia de Covid.
"Vamos brigar pelo nosso partido e vamos brigar pelo povo brasileiro para que nunca mais um genocida ganhe as eleições, com base na mentira e na indústria das mentiras", afirmou o presidente.
Lula argumentou que o Brasil assumido por ele no início deste ano estava em pior situação do que em 2003, quando ele começou o primeiro mandato.
"Recebemos um país em 2023 muito pior que o de 2003, muito mais incivilizado", disse.
De acordo com Lula, "tudo que o PT fez durante os 13 anos de mandato" foi destruído depois do impeachment de Dilma Rousseff. A ex-presidente também estava no evento de aniversário do PT.
“Nós voltamos para governar esse país e nós voltamos para governar com democracia, com respeito aos mais pobres, e para recuperar a democracia em toda a sua essência”, declarou Lula.
A exemplo do que tem ocorrido em discursos recentes, Lula ficou com a voz embargada ao falar da fome no país e ao lembrar seu próprio passado de pobreza.
Emocionado, Lula também fez agradecimentos durante o discurso. Um deles foi direcionado ao ex-presidente do partido e ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão em 2013. O aniversário do PT marca o retorno de Dirceu aos palcos do partido.
Lula lembrou de quando ficou preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e agradeceu a Dirceu pela solidariedade no período.
Em seguida, Lula se dirigiu à militância, que se organizou em vigília durante os 580 dias de prisão do presidente em Curitiba. Segundo ele, os participantes da vigília enfrentaram desde mudanças no clima até “provocação da Polícia Federal”.
O presidente disse que a presença dos apoiadores ao lado da carceragem, gritando "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" nos dias em que ele esteve preso, lhe deu forças e foi primordial para a conquista do terceiro mandato na Presidência.
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