Como vem a Beija-Flor? Nilópolis vai destacar o azul e o dourado para exaltar a realeza do povo
Beija-Flor vai usar muito dourado e azul, cores da realeza, para fazer do desfile um monumento ao povo — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
Com o enredo "Brava gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência", dos carnavalescos 💥️Alexandre Louzada e 💥️André Rodrigues, a Beija-Flor de Nilópolis quer fazer uma provocação e uma convocação no carnaval de 2023, na Sapucaí. E para isso, a escola vai abusar do azul e do dourado, as cores da realeza.
A provocação, segundo Louzada, é trocar o 💥️7 de setembro de 1822, data oficial da Independência do Brasil, pelo 💥️2 de julho de 1823, dia da Independência da Bahia. Ali se comemora a vitória de negros, índios, caboclos e mulheres sobre as forças coloniais, com a expulsão dos portugueses de Salvador.
"Até o 2 de julho, a Independência tinha sido na verdade uma troca de mãos da coroa. Saiu do rei de Portugal para o imperador D. Pedro. Mas o povo de verdade só veio a festejar e sentir os efeitos dessa independência um ano e quatro meses depois do Grito do Ipiranga. E mesmo assim, até hoje ainda não tem protagonismo lembrado nesse momento tão importante da nossa história", disse Louzada.
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E a convocação é para esse ato cívico, para a passeata carnavalesca, a festa que vai ser o desfile da Beija-Flor, na Passarela do Samba. Segundo o carnavalesco, um ato de coragem da escola, que abraçou um enredo que propõe dar voz ao povo — que até hoje é deixado à margem da construção do país — e ao mesmo tempo é profético.
"É profético porque tudo o que a gente mostra no enredo está acontecendo hoje. A subida do povo à rampa do Planalto no dia da posse tem representatividade no enredo da Beija-Flor. O massacre do povo Yanomami também está lá. O 7 de setembro é uma festa bélica, militar, foi a passagem da coroa de uma mão para a outra. A gente quer propor o 2 de julho, que é a festa da verdadeira vitória do povo, que foi conquistada por negros, índios e mulheres, que não são lembrados. A gente precisa levantar essa bandeira", disse Louzada.
2 de 3 Beija-Flor de Nilópolis vai destacar o luxo para exaltar a vitória do povo na Independência do Brasil — Foto: Divulgação/Eduardo HollandaBeija-Flor de Nilópolis vai destacar o luxo para exaltar a vitória do povo na Independência do Brasil — Foto: Divulgação/Eduardo Hollanda
O desfile vai alternar entre luxo e realidade. O carnavalesco vai usar muito dourado e muito azul, que são as cores da realeza, para o que chama de "erguer esse grande monumento ao povo" — que será o próprio desfile da escola — com pompa e circunstância.
Mas não vai esquecer do lado cinza, que mostra que as injustiças, a fome, a miséria, o preconceito, o racismo. Todos os problemas ainda estão todos aí, bem presentes e reais. Mas todas essas mazelas serão mostradas de forma carnavalesca, com fantasias mais simples, de leitura mais direta.
3 de 3 Beija-Flor que celebrar a independência do povo com muito brilho, luz e dourado — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
Beija-Flor que celebrar a independência do povo com muito brilho, luz e dourado — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
Como nos desfiles anteriores, a escola vai ter 💥️muitas alas e carros teatralizados justamente para mostrar essa transição da luta para a verdadeira festa popular da Independência.
"O carnaval é a metáfora da independência. Então, o que a gente quer é promover uma grande festa, torcendo para que os sonhos, essa fantasia do povo tendo o seu valor reconhecido se torne realidade", disse o carnavalesco.
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