Como vem a Paraíso do Tuiuti? Escola traz do Pará o boi da cara preta e a arte marajoara de Mestre Damasceno
Tuiuti, sem medo do boi da cara preta, conta história da chegada do búfalo na Ilha de Marajó, no Pará — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
Quando o intérprete 💥️Wander Pires cantar o primeiro verso do samba-enredo, as porteiras da Paraíso do Tuiuti vão se abrir não para um estouro da boiada, mas para um desfile de búfalos e dezenas de outros animais, como onças, peixes e macacos, que vão ajudar a contar histórias e lendas da 💥️Ilha de Marajó, no Pará, e exaltar a cultura marajoara de 💥️Mestre Damasceno.
Sem medo de careta, a Tuiuti vai apresentar na Sapucaí o enredo "Mogangueiro da cara preta", desenvolvido por Rosa Magalhães e 💥️João Vitor Araújo. A escola vai ser a primeira a desfilar na segunda-feira (20).
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O carnavalesco João Vitor disse que foram criadas mais de 30 esculturas de animais amazônicos, indianos e até mitológicos em alegorias que vão ajudar a contar a história da chegada do búfalo — originalmente indiano — ao Pará.
"São animais brasileiros da selva amazônica e que povoam lendas indígenas, como onça, corujas, tartarugas, botos e peixes, indianos, como os macacos dos templos indianos de Jaipur, e os monstros marinhos, das lendas que contam como os búfalos vieram parar no Brasil", explicou o carnavalesco.
2 de 4 Carnavalesco João Vítor Araújo diz que Paraíso do Tuiuti vai promover uma explosão de cores para falar do boi mogangueiro e da cultura marajoara — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 RioCarnavalesco João Vítor Araújo diz que Paraíso do Tuiuti vai promover uma explosão de cores para falar do boi mogangueiro e da cultura marajoara — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
Aliás, segundo João Vítor, este é com certeza o maior e mais trabalhoso carnaval produzido pela Tuiuti, que com carros grandes e ricos em detalhes e com acabamento impecável, bem ao estilo de Rosa Magalhães.
"Rosa não é chamada de professora à toa. Não tem nada improvisado. Todos os detalhes foram executados por uma equipe pequena, mas que fez um trabalho incrível, sem correria, dentro do cronograma", contou João Vítor.
Por ser a escola que vai abrir o segundo dia de apresentações, a Tuiuti promete uma explosão de cores, uma característica marcante do trabalho de João Vitor. Um casamento artístico perfeito entre os estilos, nesta primeira parceria da dupla.
"Por ser a primeira a pisar na Avenida, quando o público ainda está meio morno, a Tuiuti precisa entrar chamando a atenção. A cor é um elemento forte do carnaval. Uma boa colorimetria provoca, desperta, chama a atenção, não deixa ninguém indiferente", explicou o carnavalesco.
Segundo João Vítor, as energias estão fluindo muito positivamente, e a escola está muito empolgada para contar a história do boi mogangueiro, ou melhor, do búfalo, de sua adaptação à Ilha de Marajó.
3 de 4 Em seu maior carnaval, Tuiuti vai levar para a Sapucaí, mais de 30 esculturas de animais brasileiros, indianos e até mitológicos para falar da chegada do búfalo ao Pará — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 RioEm seu maior carnaval, Tuiuti vai levar para a Sapucaí, mais de 30 esculturas de animais brasileiros, indianos e até mitológicos para falar da chegada do búfalo ao Pará — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
E da importância do animal no desenvolvimento do lugar, inclusive do ponto de vista cultural, que tem na figura de Mestre Damasceno seu expoente. Pescador, artesão, compositor de carimbó e criador do Búfalo-Bumbá, uma adaptação da festa do Boi-Bumbá para a cultura marajoara.
"O búfalo é tão importante em Marajó, que foi criado um 💥️Bufódromo na ilha, para as apresentações do Búfalo-Bumbá, que será o nosso último carro. Mestre Damasceno e a cantora Fafá de Belém vão ser os destaques dessa alegoria", revelou João Vítor.
O desfile da Tuiuti começa na Índia, terra original dos búfalos. Eles partiram de lá em navios, junto com outros produtos como as especiarias — temperos como cravo, canela, noz-moscada e pimentas — que saíam do Oriente para abastecer os mercados do Ocidente. O comércio de temperos para a Europa, nos séculos 14 e 15, era bastante intenso.
Mas tempestades causaram um naufrágio perto da costa brasileira, que tinha um carregamento de búfalos. Boa parte da carga se perdeu, mas alguns búfalos nadaram até terra firme, a Ilha de Marajó, onde rapidamente se adaptaram à região.
4 de 4 Paraíso do Tuiuti vai cantar a cultura marajoara, lendas, carimbó e festas como o Búfalo-Bumbá — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 RioParaíso do Tuiuti vai cantar a cultura marajoara, lendas, carimbó e festas como o Búfalo-Bumbá — Foto: Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
Assim como os animais se adaptaram, a população da região também incorporou o búfalo a suas culturas e tradições locais, inclusive fazendo parte das lendas, como a de que animais falam com os moradores da ilha. Cultura marajoara que tem Mestre Damasceno como figura de grande importância.
"A Tuiuti vai mostrar que não tem medo do boi da cara preta. Ao contrário, embalado pelo nosso samba-enredo a escola vai convidá-lo para sair do Bufódromo e celebrar essa grande festa que é o carnaval, no Sambódromo. Tenho certeza de que vamos fazer um grande desfile", garantiu o carnavalesco João Vitor Araújo.
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