6 lições da invasão da Rússia à Ucrânia sobre táticas de guerra
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Soldados ucranianos em treinamento em Bovington Camp, uma base militar do exército britânico, agitam uma bandeira da Ucrânia, no sudoeste da Inglaterra, em 22 de fevereiro de 2023. — Foto: Ben Birchall / POOL / AFP
Embora a invasão da Rússia à Ucrânia complete apenas um ano em fevereiro de 2022, já são muitas as lições dadas pelo conflito. Segundo os especialistas, a guerra mostra que uma grande quantidade de armas, alta tecnologia e inteligência artificial são fundamentais tanto para logística quanto na frente de batalha.
💥️As principais lições são:
No campo de batalha, é importante localizar os alvos e acertá-los rapidamente.
Para isso, a novidade é uma "fusão de sensores" (o "sensor fusion") que permite, combinando diferentes fontes, obter uma imagem precisa do terreno, disse Stephen Biddle, especialista da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, à AFP.
A empresa norte-americana Palantir fornece a Kiev suas ferramentas de inteligência artificial para acompanhar, em tempo real, os movimentos das tropas russas, suas posições e possíveis alvos. Segundo o diretor da Palantir, Alex Karp, estas "armas de guerra" inovadoras dão a seus usuários uma vantagem tática sobre os oponentes.
Os drones, utilizado por russos e ucranianos, assumiram papel crucial no conflito. Militares ou comerciais, estes veículos aéreos comandados à distância ganharam mais e mais importância para determinar os rumos das batalhas — particularmente por conta da variedade de modelos disponíveis.
Registros feitos pelo aparelho permitem que decisões estratégicas sejam tomadas de longe, com mais precisão e mais rapidamente. A tecnologia também permite que explosivos e artilharias possam ser utilizados à distância, sem a necessidade de movimentar as tropas.
Com a guerra na Ucrânia, coletar informações disponíveis na internet, a chamada inteligência de código aberto (Osint), tornou-se fundamental.
Qualquer um pode ter acesso a grupos do Telegram, fotos de satélites, mapas, grupos de discussão online e vídeos do TikTok para obter informações que ajudem tanto a geolocalizar potenciais alvos quanto a tomar decisões políticas. Muitos soldados russos pagaram com a própria vida por usarem seus celulares em solo ucraniano.
Candace Rondeaux, do centro de estudos New America (EUA), lembra que o código aberto já fervilhava com várias informações antes mesmo da invasão da Rússia à Ucrânia. "Parte do trabalho é ir às plataformas de redes sociais", afirmou à AFP.
Apesar do dinheiro investido em caças e bombardeiros, o que tem surpreendido muitos observadores é o papel relativamente limitado dos aviões na guerra. Cabe à defesa aérea a capacidade de disparar mísseis e, assim, dominar o espaço aéreo.
Para isso, equipamentos de defesa antiaérea são muito importantes — e, de acordo com Stephen Biddle, esta lição não é novidade.
No caso ucraniano, o sistema norte-americano Patriot é um dos principais métodos de defesa aérea. Contudo, a bateria necessária para que o equipamento funcione é muito cara: mais de 1 bilhão de dólares.
Uma das principais lições da guerra na Ucrânia é sobre estocagem: ter uma reserva considerável de armas e munições é fundamental para manter a capacidade bélica de um exército.
Hoje, os ucranianos sofrem com a escassez de munições, das mais simples às mais sofisticadas, o que explica os esforços dos aliados para atender à demanda.
Becca Wasser, do Centro para uma Nova Segurança Americana, afirma que uma simulação recente de invasão chinesa a Taiwan tornou evidente "o grande desafio" do reabastecimento, especialmente de mísseis de precisão. Assim como na Ucrânia, disse, "não podemos nos limitar a supor que um conflito entre Estados Unidos e China por Taiwan seria breve".
Candace Rondeaux considera que os Estados Unidos devem compartilhar tecnologia e ajudar seus aliados dentro da Otan a coordenar a fabricação de armas.
Para Stephen Biddle, o comando militar descentralizado na Ucrânia tem demonstrado eficácia contra a Rússia.
No entanto, o problema é que muitos aliados da Otan ainda estão muito centralizados, e isso é "muito difícil de mudar", afirmou.
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