Combustíveis: aliados temem enfraquecimento de Haddad se isenção for prorrogada; tendência é volta gradual de impostos

Haddad e Lula em imagem de dezembro de 2022 — Foto: Adriano Machado/Reuters 1 de 1 Haddad e Lula em imagem de dezembro de 2022 — Foto: Adriano Machado/Reuters

Haddad e Lula em imagem de dezembro de 2022 — Foto: Adriano Machado/Reuters

Aliados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, temem que o presidente Lula tome nesta segunda-feira (27) uma decisão que enfraqueça a equipe econômica.

A ala política do governo pressiona pela manutenção da desoneração de tributos federais cobrados sobre gasolina e etanol, enquanto o Ministério da Fazenda defende a volta, a partir de março, da cobrança de PIS e Cofins.

Segundo assessores presidenciais, a tendência é o governo tomar uma decisão de meio-termo. Uma volta gradual da cobrança dos tributos, dando tempo para que a Petrobras faça ajustes na política de preços, para evitar aumentos que tenham impacto na inflação.

O tema será debatido em reunião de Lula e Haddad com ministros e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no Palácio do Planalto.

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Lula e Haddad se falaram para tratar do assunto no sábado, quando o ministro da Fazenda ainda estava na Índia.

Fernando Haddad defendeu a volta, agora em março, da cobrança de PIS e Cofins sobre gasolina e etanol. Para o diesel e o gás de cozinha, a desoneração está mantida até o final do ano.

Só que a ala política reagiu e passou a defender, de novo, que fosse prorrogada a desoneração, adotada pelo governo Bolsonaro.

Segundo interlocutores de Haddad no empresariado e mercado financeiro, uma nova derrota da equipe econômica seria um péssimo sinal e teria impacto negativo nas projeções para a economia brasileira.

A expectativa da equipe de Haddad é que o presidente Lula não siga a posição defendida pela ala política, e tome uma decisão que contemple em parte o pedido da área econômica.

Haddad conta com a volta da tributação para ajudar na sua estratégia de reduzir o buraco das contas públicas deste ano.

Se a cobrança de PIS e Cofins voltar em março, geraria uma arrecadação de R$ 28 bilhões. Se a volta for gradual, seria menor, mas já ajudaria neste trabalho de recuperação das contas públicas, considerada vital pela equipe econômica.

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