Justiça negou pedido de medida protetiva de idosa após tentativa de internação compulsória
Maria Aparecida Paiva foi internada à força pela filha — Foto: TV Globo/Reprodução
A Justiça do Rio negou uma medida protetiva pedida por 💥️Maria Aparecida de Paiva contra a própria filha por uma tentativa de internação compulsória.
O caso ocorreu no dia 27 de janeiro. Patricia de Paiva Reis pediu que um carro do Samu levasse a mãe, que segundo ela estaria em surto psicótico, com delírios persecutórios e dizendo que familiares queriam matá-la.
Após o atendimento não constatar nada de anormal, Maria Aparecida relatou que pediu que Patrícia e o marido, que estavam na casa, deixassem o local.
Segundo Maria Aparecida, no entanto, Patrícia se recusou a sair, e ainda lhe ameaçou dizendo que, se não fosse sua filha, iria lhe agredir fisicamente.
No documento em que nega o pedido da medida protetiva, a juíza reforça que, para atrair a competência dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher, a ação ou omissão deve ter ocorrido em virtude da vítima ser mulher, "sendo necessária a submissão baseada no gênero feminino. "
E, segundo ela, por isso, dá ciência do caso ao Ministério Público do Estado e à Defensoria Pública, e remete o processo para o juizado especial criminal competente.
Dias depois, Maria Aparecida foi levada por uma ambulância de uma clínica particular para duas instalações na Serra Fluminense, as clínicas Vista Alegre e Revitalis.
2 de 2 Idosa sendo resgatada de clínica psiquiátrica na Região Serrana — Foto: Reprodução/TV GloboIdosa sendo resgatada de clínica psiquiátrica na Região Serrana — Foto: Reprodução/TV Globo
A idosa foi resgatada na última sexta-feira (24), após 17 dias em cárcere privado.
Patrícia e Rafael Machado Costa Neves, genro da idosa, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
O que se sabe e o que falta esclarecer
No sábado (25), a polícia civil interditou as duas clínicas onde a vítima foi mantida internada.
As clínicas estão proibidas de receber novos pacientes e têm até três dias pra fazer a transferência dos pacientes, sob a justificativa de que os estabelecimentos estavam sendo usados para o crime de sequestro qualificado.
Questionado, o TJRJ disse que o processo está em fase de inquérito e corre em segredo de justiça.
A clínica Vista Alegre afirmou que está colaborando com as autoridades para que essa situação seja esclarecida.
A clínica Revitalis declarou que foi procurada pela filha da Maria, que disse que a vítima tinha histórico de depressão com episódios de confusão mental. E lembrou que a paciente veio transferida da clínica Vista Alegre.
Segundo a Revitalis, depois da avaliação médica e entrevista com outro familiar, foi identificada a necessidade de observação para um diagnóstico mais preciso.
Cinco dias depois, a clínica afirma que constatou que ela não precisava de internação. O RJ1 não conseguiu contato com as defesas dos outros citados na reportagem.
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