Polícia espera laudo sobre modificação de traineira que naufragou no Rio para decidir se indicia condutor

A 37ª DP (Ilha do Governador) aguarda um laudo da Capitania dos Portos para decidir se indicia ou não 💥️Marcos Paulo da Silva Correia, de 45 anos, o condutor da traineira Caiçara, que naufragou no último dia 5 de fevereiro, entre as Ilhas do Governador e de Paquetá, matando seis pessoas.

Naquele dia, um grupo de 14 pessoas voltava de um passeio pela Ilha de Jurubaíba quando foi pego por uma forte tempestade que caiu sobre o Rio.

O delegado 💥️Mário Jorge Ribeiro de Andrade, titular da 37ª DP, quer saber se uma modificação feita por Marcos Paulo na embarcação pode ter interferido no centro gravitacional da traineira, causando o adernamento.

Já se sabe que a embarcação - de aproximadamente 1,50 metros de largura, por 2 metros de altura e 3 metros de cumprimento - passou por uma reforma e algumas partes do barco foram removidas.

Assim como a 37ª DP, a Capitania dos Portos periciou, no dia 7 de fevereiro, a Caiçara.

"A Capitania dos Portos fez uma perícia junto com a perícia da Polícia Civil, no mesmo dia. Essa embarcação sofreu algumas alterações, e é justamente essas modificações que quero verificar. Quero saber se essas mudanças afetaram o centro de gravidade a ponto de a embarcação ter virado", disse Mário Jorge ao💥️ g1.

"Queremos saber se o adernamento foi por conta do vento e ou pelas mudanças na embarcação, tornando a mais frágil e o vento ter batido e ela virado", destacou.

Dos 13 passageiros e o condutor, seis pessoas sobreviveram - 4 adultos, um adolescente de 14 anos e uma criança de 10. Todos os adultos prestarem depoimento na delegacia entre os dias 6 e 13 de fevereiro. O g1 teve acesso a todos os depoimentos com exclusividade.

A reportagem apurou que o depoimento mais demorado foi de Marcos Paulo da Silva Correia. Ele durou mais de duas horas, e o condutor chorou a todo tempo. No afundamento, ele perdeu a mulher, 💥️Isabel Cristina de Souza Borges, de 38 anos, e o filho, 💥️Eduardo Borges da Silva Correa, de 14 anos.

No relato, o homem contou que a ideia do passeio partiu da mulher, que convidou amigos da academia que ela frequentava. No termo declaratório, Marcos lembrou que no dia anterior ao passeio ele chegou a fazer uma manutenção na embarcação. O homem negou que cobrou para fazer o passeio.

Em todos os depoimentos, os sobreviventes destacaram que "havia coletes para todos, inclusive as crianças" e que na volta para o continente foram pegos pelo temporal.

"As testemunhas disseram que havia coletes salva-vidas à disposição para todos. Inclusive para as crianças. Falaram que o condutor da embarcação prestou o devido socorro a todos, uma vez que ele chegou a ser resgatado e ele voltou para o local do naufrágio para ajudar a resgatar outras vítimas. Ele trabalhou com o Corpo de Bombeiros para tentar salvar outros passageiros. Existem outros detalhes, mas eu prefiro não passar para não atrapalhar a investigação", disse Mário Jorge.

Aos investigadores, Marcos Paulo afirmou que é pescador desde os 14 anos de idade, tem carteira para dirigir embarcação como pescador profissional e que desde 2022 tinha a embarcação Caiçara. Ele lembrou também que chegou a fazer uma vistoria no barco.

"No depoimento, ele alegou que a ideia do passeio foi da esposa, que infelizmente foi uma das vítimas do naufrágio. Ele falou que um dia antes, ele mexeu na embarcação, lavou o motor, preparou a embarcação, colocou os coletes salva-vidas na embarcação. Ele informou que fez uma manutenção para que a viagem ocorresse da melhor forma possível", afirmou o delegado.

Nos depoimentos, todos os sobreviventes negaram que havia sido cobrado qualquer valor para o passeio. Eles lembraram que saíram da Ilha do Governador por volta das 8h30 e ficaram até 16h.

"Todas as pessoas disseram que o passeio não foi cobrado. Só houve a cotização para comprar o que eles iriam consumir no dia do passeio. Eles saíram em torno de 8h30 e por volta de 16h30 eles decidem retornar. Quando voltavam, na metade do passeio, foram pegos pelo temporal", contou o delegado.

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