Vinícolas do RS ligadas a trabalho escravo são suspensas da ApexBrasil, serviço do governo que promove exportações

Trabalhadores resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves. — Foto: Reprodução/RBS TV 1 de 1 Trabalhadores resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves. — Foto: Reprodução/RBS TV

Trabalhadores resgatados em situação semelhante à escravidão em Bento Gonçalves. — Foto: Reprodução/RBS TV

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) informou nesta terça-feira (28) que suspendeu a participação das vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton de suas atividades.

As três empresas contrataram uma empresa terceirizada, que usava mão de obra análoga à escravidão para fazer a colheita da uva, na Serra do Rio Grande do Sul .

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A ApexBrasil é um serviço social autônomo vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), que promove os produtos brasileiros no exterior.

As três vinícolas são atendidas pela Apex por meio do projeto "Wines of Brazil" (Vinhos do Brasil), uma parceria da agência com a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).

"No dia 25 pela manhã, a ApexBrasil cobrou esclarecimentos à Uvibra, com prazo de até 48 horas para a resposta, a respeito de medidas internas já adotadas pelas empresas, bem como ações que serão tomadas para mitigar os riscos de conformidade e integridade nas suas cadeias de fornecedores e prestadores de serviços", destacou.

A agência afirmou ainda que solicitou à Uvibra um posicionamento quanto às condições de trabalho da produção de uva e vinho de todas as empresas que participam do Projeto Wines of Brazil. No total, a iniciativa apoia 23 empresas do setor.

"A Agência repudia qualquer ato de violação aos direitos humanos e trabalhistas, conforme diretrizes e normas internas de integridade", destacou, em nota.

A Uvibra disse ao💥💥️g1 que ainda não tem uma posição sobre a suspensão da Apex, pois recebeu a informação oficial na noite de terça. A associação afirmou que a diretoria irá se reunir para avaliar o tema.

"Embora não tenham sido os contratantes dos serviços que criaram o contexto degradante vivido por esses trabalhadores, mas sim a empregadora, existe amplo consentimento de que a cadeia vitivinícola deve ser mais vigilante e austera com relação à contratação de serviços terceirizados", destacou a Uvibra, em nota ().

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Na noite de quarta-feira (22), 207 trabalhadores foram resgatados de um alojamento na cidade de Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, onde eram submetidos a "condições degradantes" e trabalho análogo à escravidão durante a colheita da uva.

Eles foram contratados por uma empresa que oferecia a mão de obra para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton e produtores rurais da região. O nome da empresa é Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTDA.

Em nota, as empresas afirmaram que desconheciam as irregularidades e sempre atuaram dentro da lei.

O resgate dos trabalhadores foi feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Federal (PF). Isso ocorreu após três trabalhadores procurarem a PRF em Caxias do Sul dizendo que tinham fugido de um alojamento em que eram mantidos contra sua vontade.

O alojamento ficava no Bairro Borgo, a cerca de 15 km dos vinhedos do município.

A maioria viajou da Bahia para o RS. Surpreendidos com as condições do trabalho no Sul do Brasil, tentaram ir embora, mas foram ameaçados e espancados.

O administrador da empresa chegou a ser preso pela polícia, mas pagou fiança e foi solto. As vinícolas que faziam uso da mão de obra análoga à escravidão devem ser responsabilizadas, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A maioria dos trabalhadores resgatados chegou à Bahia na segunda-feira (27). Os demais optaram por permanecer no RS.

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