Teerão aceita mais vigilância e mais inspeções em instalações n
Falando aos repórteres em Viena (capital austríaca), após uma visita ao Irão, Rafael Grossi anunciou: “Chegámos a acordo para que as câmaras e sistemas de vigilância voltem a funcionar”.
O anúncio surge após uma visita ao Irão na sequência de relatos de que o país enriqueceu urânio a níveis próximos dos necessários para fabricar uma arma nuclear, situação que Teerão descreveu como um efeito secundário do processo habitual, sem grande significado.
De acordo com Rafael Grossi, ficou também acordado com o Irão que o número de visitas à central subterrânea de Fordo, onde foram recentemente detetadas partículas enriquecidas com níveis próximos dos das bombas atómicas, será aumentado em 50%.
Entretanto, numa posição conjunta divulgada pela agência nuclear das Nações Unidas e pela Organização da Energia Atómica do Irão (OEAI) lê-se que “o Irão, numa base voluntária, permitirá à AIEA implementar mais atividades de verificação e monitorização adequadas”, sendo que “as modalidades serão acordadas entre as duas partes no decurso de uma reunião técnica que terá lugar em breve em Teerão”.
A AIEA e a OEAI assinalam também que, “relativamente às questões de salvaguardas pendentes […], o Irão manifestou a sua disponibilidade para continuar a sua cooperação e fornecer mais informações e acesso”.
Na declaração, lê-se ainda que Rafael Grossi participou no país em “reuniões de alto nível [que] abordaram a importância de tomar medidas a fim de facilitar uma cooperação reforçada, para acelerar, conforme apropriado, a resolução de questões pendentes em matéria de salvaguardas”.
“Ambas as partes reconhecem que tais compromissos positivos podem abrir o caminho para acordos mais amplos entre as partes estatais”, de acordo com a posição conjunta divulgada pela AIEA na sua página da internet.
Após se ter reunido com o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em Teerão, Rafael Grossi disse esperar que a colaboração “volte ao bom caminho”, em declarações à imprensa em Viena.
O acordo nuclear do Irão de 2015 limitou o enriquecimento de urânio de Teerão.
Contudo, devido à retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo de 2015 entre as grandes potências e o Irão para limitar as atividades nucleares em troca do levantamento das sanções internacionais, em 2018, a República Islâmica tem desvalorizado os compromissos exigidos pelo pacto, embora sempre negando que pretende adquirir ou produzir uma bomba atómica.
As negociações para retomar o acordo nuclear do Irão, que recomeçaram em abril de 2023, pararam na sequência das crescentes tensões entre o Irão e as principais potências ocidentais.
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