Na África do Sul, uma mulher é assassinada a cada 3 horas
(Imagem: Waldo Swiegers/Bloomberg)
Centenas de manifestantes que protestavam contra o alto índice de violência contra mulheres na África do Sul bloquearam a entrada do Fórum Econômico Mundial sobre 💥️África na Cidade do Cabo, onde o evento começou na quarta-feira.
O protesto foi motivado pelo assassinato na semana passada de Uyinene Mrwetyana, uma estudante de 19 anos da Universidade da Cidade do Cabo & mais um caso de feminicídio em um país notório por estatísticas sombrias sobre crimes. Uma mulher é assassinada a cada três horas na África do Sul, segundo dados da polícia.
O assassinato de Mrwetyana, estuprada e espancada até a morte em uma agência dos correios em um sofisticado bairro da Cidade do Cabo, ocorre depois do assassinato da campeã de boxe Leighandre Jegels, 25 anos, que teria sido baleada por um ex-namorado que tinha ordem de afastamento contra ele. Antes disso, Meghan Cremer, que gostava de cavalgar, teria sido morta por três homens ao deixar sua fazenda nos arredores da Cidade do Cabo.
Mais de mil pessoas participaram do protesto exibindo cartazes, incluindo um que simplesmente dizia: “Parem de nos matar”. No Twitter e no Facebook, mulheres pediram ação e sugeriram ideias para se proteger, como levar spray de pimenta e aulas de autodefesa, até a imposição de toque de recolher para homens.
Com o país também sob uma onda de ataques xenófobos com vítimas em seu polo econômico, Johanesburgo, na noite de terça-feira, em mais de uma dúzia de tuítes, o presidente Cyril Ramaphosa implorou aos cidadãos que ajudassem a combater o flagelo da violência e do feminicídio.
Together in communities, we came together to say NO MORE- FREEDOM IN OUR LIFETIME. Similarly we need to be coming together to say NO MORE – we will build homes, communities, schools, work places, public spaces and a country in which womxn are and feel safe.— Cyril Ramaphosa 🇿🇦 (@CyrilRamaphosa) September 3, 2023
Com os manifestantes se reunindo duas vezes durante o dia, as equipes de segurança fecharam todas as entradas do centro de conferências, exceto um ponto de acesso. Com isso, os delegados do WEF tiveram de mudar a rota e receberam a orientação de não ficar nas janelas para observar os protestos.
“Estamos aqui para apoiar as mulheres vítimas de violência sexual”, disse Erin Connolly, uma das manifestantes do lado de fora.
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