Crise do petróleo na Arábia Saudita está longe de acabar; País planeja respostas
Para Barani Krishnan, petróleo ainda pode disparar caso promessas de Abdulaziz não sejam cumpridas (Imagem: Mídia social/REUTERS)
💥️Por Barani Krishnan/ysoke.com
A maior crise dos últimos 50 anos para o maior país exportador de 💥️ Brent 1 hora & Powered by TradingView Os preços do petróleo, que saltaram quase 15% na segunda-feira por temores de que a interrupção no abastecimento saudita pudesse durar semanas ou até mesmo meses, despencaram quase 7% no pregão seguinte por causa das garantias do príncipe Abdulaziz. Mesmo assim, a volatilidade deve se acentuar nos próximos dias, semanas e meses, pois é possível que as ações de Riad não correspondam às suas palavras. Embora os participantes do mercado e da indústria estejam céticos com a velocidade da luz com que os sauditas anunciaram o alívio aos seus negócios energéticos e plantas atingidas nos ataques aéreos, é interessante ver como muitos compreendem os motivos do Reino. No coração da ação da Arábia Saudita está a determinação de proteger a todo custo a abertura de capital (IPO) da sua petrolífera estatal Aramco, que, apesar de prometer ser a maior venda de ações planejada do mundo, a um valor total de US$ 2 trilhões, tem sido afetada por infortúnios desde que foi concebida em 2016. Evidentemente, é preciso mostrar aos inimigos do Reino, principalmente ao Irã e aos rebeldes Houthi do Iêmen – embora não se saiba ainda qual desses dois tenha planejado e executado os ataques – que a dignidade e a força da Arábia Saudita não foram impactadas. John Kilduff, sócio do hedge fund de energia Again Capital, de Nova York, afirmou: “O IPO é extremamente importante para os sauditas, e eles não podem por tudo a perder agora.” “Além disso, esse ataque é um grande constrangimento para eles, que precisam mostrar uma cara de bravos contra os Houthis e os iranianos.” Por fim, outro fator urgente também pode ser extremamente relevante, mas sobre o qual os sauditas preferem não falar: a necessidade de evitar a força maior, ou seja, a incapacidade de entregar os carregamentos de Pelo contrário, o Reino pode iniciar uma nova crise, dependendo da forma como responder aos ataques. Quais seriam essas respostas? Vamos começar com os aumentos de produção. Se, de fato, os danos às instalações de Abqaiq e Khurais podem ser facilmente reparados, como sugere o ministro de energia do país, então o Reino não terá problemas em atingir ou mesmo exceder suas metas de produção. Caso contrário, o oposto se aplica. O príncipe Abdulaziz afirmou que a Arábia Saudita será capaz de produzir 11 milhões de barris por dia (mbpd) até o fim de setembro e 12 mbpd até o fim de novembro. A Arábia Saudita produziu 9,85 mbpd em agosto. A última vez em que o país produziu 11 mbpd já faz quase um ano, em novembro de 2018. Desde o início de 2023, o Reino vem realizando cortes profundos de oferta, a fim de cumprir o programa da Opep+ de reequilibrar o abastecimento do mercado mundial. Apesar de os sauditas serem capazes de “abrir a torneira” a qualquer momento – exemplo disso foi em agosto –, parece questionável que consigam adicionar mais de 1 mbpd à sua produção de Pessoas a par do assunto questionam o tempo necessário para reparar os oleodutos danificados pelo fogo e testar mais de uma dezena de tanques de armazenagem. Se, por qualquer razão, os sauditas não conseguirem atender as vendas já contratadas, Riad pode negociar com os clientes afetados de forma privada, a fim de conseguir mais tempo de entrega, em vez de declarar um evento de força maior. Evidentemente, todos esses problemas trazem insegurança aos possíveis investidores da Aramco antes da abertura do seu capital. Talvez a recente decisão do Reino de oferecer as ações da empresa na bolsa do próprio país – em vez de fazê-lo em Nova York e Londres, como se pretendia originalmente – ajudará a companhia a assegurar o apoio dos investidores domésticos, independente dos problemas na Aramco. Por fim, vamos tratar da desmoralização e do que a Arábia Saudita pretende fazer a respeito disso. Trata-se possivelmente da resposta mais significativa do Reino, já que pode envolver um contra-ataque ao Irã. A Bloomberg informou que a Arábia Saudita realizaria uma coletiva de imprensa na quarta-feira à noite, destacando o papel do Irã, bem como as armas usadas nos ataques. Essa deve ser a explicação que abrirá caminho para uma retaliação a Teerã. O Irã rechaçou oficialmente qualquer participação nos ataques, mas os sauditas e o governo Trump pensam de forma diferente. O Washington Post informou que a Arábia Saudita poderia realizar um ataque com o apoio da inteligência dos Estados Unidos, e os alvos seriam os aparatos de informação e vigilância do país. Mas os EUA em si não disparariam nenhuma arma sequer contra o Irã, em linha com a posição de Trump de ficar “a postos” para responder, mas não “pronto para a guerra”. Os possíveis alvos do ataque no Irã seriam a refinaria de Abadan, uma das maiores do mundo, ou a ilha de Kharg, maior instalação exportadora de petróleo do Irã. Ataques nesses dois locais impediriam que o país islâmico processasse e vendesse petróleo de forma significativa. Outras possibilidades incluem locais de lançamento de mísseis, bases ou outros ativos pertencentes à Guarda Revolucionária Islâmica, unidade militar de elite do Irã, acusada de realizar grande parte das operações paramilitares do país contra adversários externos.💥️Protegendo o IPO da Aramco
💥️Uma questão moral
💥️A necessidade de evitar a força maior
💥️Problemas de aumento de produção
💥️Preocupação dos investidores
💥️Um contra-ataque ao Irã?
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