Empresas investem mais para tornar ativos ambientais atraentes ao mercado
Menor emissão de gases de efeito estufa cada vez mais na agendas das grandes companhias (Imagem: Pixabay)
Grandes grupos nacionais e multinacionais, representando em torno de 90% do capital negociado na B3 (B3SA3) estão ou pretendem enfrentar as mudanças do clima em suas operações. Mas querem ganhar para isso.
Os participantes da COP 25, em Madri, conheceram a percepção de 61 companhias com atuação no Brasil, que estimaram, em 2018, oportunidades de impactos financeiros positivos de US$ 124 bilhões.
Em estudo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), lançado ontem na Conferência da ONU sobre Mudanças Climática, foi avaliado ainda que para materializar a captura desses recursos junto ao mercado que quer pagar por ativos ambientais serão necessários US$ 17,5 bilhões.
Como já havia dito ao 💥️Money Times (21/11), Marina Grossi, presidente-executiva da entidade, o documento reitera a importância de tornar os ativos atraentes. Isto é, localizadas as oportunidades, precisam ser transformadas em bons negócios para os investidores.
Entre essas oportunidades, está a captação de recursos em projetos que mitiguem e emissão de gases de efeito estufa dos países com pouca e nenhuma capacidade de compensar as suas emissões nos seus territórios. E a maior parte desses projetos são direcionados à proteção de florestas e também reflorestamento.
Com apoio do WWW-Brasil e do Carbon Disclosure Program (CPD) América Latina, o estudo “Como as empresas vêm contribuindo para o Acordo de Paris” também detectou que as empresas entrevistadas estão direcionando fundos em P&D buscando soluções de baixo carbono.
Segundo Marina, o ano passado foram investidos US$ 7,7 bilhões para esse fim.
“Os resultados das empresas revelados neste estudo demonstram que enfrentar a mudança do clima representa mais oportunidades do que riscos para o Brasil. Em resumo, é financeiramente mais vantajoso fazer investimentos para materializar essas oportunidades do que gerir os impactos negativos das mudanças clima”, explicou a dirigente do Cebds.
Ainda apontado no documento tornado público na capital espanhola, está que 33% das empresas fazem precificação interna de carbono e outras 21% devem fazê-lo até final de 2023.
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