Fornecedores viram usineiros com R$ 100 milhões e Ener Sugar abre em abril

Obras aceleradas na Usina Ener Sugar para início das operações em abril de 2023 (Imagem: Divulgação/Ener Sugar)

A Ener Sugar terá a programação do mix definida até o fim de fevereiro. Até lá, seus acionistas, fornecedores que virarão usineiros, seguem acelerando as obras de restauração da unidade, orçada em R$ 100 milhões, à espera de uma melhor clareza dos preços do 💥️açúcar e do 💥️etanol.

Mas já estão negociando 250 mil toneladas de 💥️cana com os produtores.

A Ener Sugar é a antiga Usina Pau D’Alho, em Ibirarema, na região de Assis (SP), massa falida adquirida por Sylvio Ribeiro do Valle e pelos irmãos Finotti, Dorival e Dirceu. Eles não recorreram a 💥️bancos e estão despejando recursos próprios, além de uma parte que virá de investidores, que deverão ser anunciados proximamente. A diretoria executiva ainda vai ser anunciada igualmente.

Ribeiro do Valle prefere não detalhar a composição acionária, “até porque ela é complexa, entre três empresas (dos sócios), envolvendo a indústria (a usina) e a parte agrícola (dos três, mais os 3 mil hectares alienados dos antigos proprietários), além os investidores”.

“Pra valer”

💥️Money Times adiantou antes um pouco dessa história (27/8), que começou em 2017. Desde então, aparadas as arestas com alguns credores, “agora é para valer e nossa data-alvo de início de moagem é 2 de abril”, afirma o também presidente da Associação dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana (Assocana). Dez equipes de empreiteiros estão na unidade.

Sylvio Ribeiro, sócio da Ener Sugar

Novo negócio: Sylvio Ribeiro do Valle e os sócios que vão virar usineiros também (Imagem: Divulgação/Ener Sugar)

A caldeira é que demanda maior esforço e recursos na sua modernização.

A mais nova usina que vai entrar em funcionamento no Brasil, portanto, começará junto com a abertura oficial da safra 20/21 do Centro-Sul, e moerá 1 milhão de toneladas no primeiro ano, das 2,2 milhões de capacidade instalada.

A configuração da Ener Sugar é para 900 toneladas/dia de açúcar e 600 m3 de etanol/dia. E Sylvio Ribeiro do Valle e os sócios vão esperar até final de fevereiro para a decisão de qual chave será mais acionada, em um novo ciclo que ainda se mostra com tendência mais alcooleiro e de preços achatados do açúcar.

Cogeração

A cogeração de 💥️energia elétrica independe do mix. Bagaço é um só. São 33 MW/hora de capacidade e as instalações estão em boas condições. Os contratos de exportação para o sistema elétrico já foram renegociados com a Agência Nacional de Energia Elétrica 💥️(Aneel).

À parte os mil empregos diretos e indiretos que vão ser gerados, Ribeiro do Valle explica que a cana que vão precisar de terceiros será paga acima do Consecana – colegiado que define os preços em ATR (total de açúcares recuperáveis) e sempre contestado pelos produtores diante da pressão das usinas.

Ele e os irmão Finotti possuem 3 mil hectares de cana, estão plantando mais 1,2 mil (nas terras alienadas), vão entrar com 750 mil/t de cana na 1ª safra e as 250 mil/t que virão do mercado local serão, portanto, dos associados da Assocana.

A 💥️Raízen, joint-venture entre a 💥️Cosan 💥️(CSAN3) e a 💥️Shell, e a Cocal, de Paraguaçu Paulista, e a Raízen e a Água Bonita, de Tarumã, terão agora um pequeno concorrente novo pela cana da região.

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