Ghosn espera dar volta por cima com apoio de libaneses
“Hoje, tenho orgulho de ser libanês”, disse Ghosn em árabe em uma sala lotada em meio a aplausos e gritos de incentivo (Imgem: Reuters/Mohamed Azakir)
Momentos antes de iniciar sua ruidosa conferência de imprensa em Beirute na semana passada, 💥️Carlos Ghosn foi recebido com entusiasmo por uma multidão de jornalistas locais que se aglomeravam ao redor do púlpito, revezando-se para abraçar o titã automotivo foragido e tirar selfies.
Ghosn retribuiu alegremente a recepção calorosa. Durante seu discurso de 2 horas e meia, Ghosn elogiou o Líbano, para onde fugiu no fim do mês passado, ao mesmo tempo em que expressava sua amargura em relação à sociedade japonesa que, segundo ele, tentou destruí-lo.
“Hoje, tenho orgulho de ser libanês”, disse Ghosn em árabe em uma sala lotada em meio a aplausos e gritos de incentivo. “Porque, se existe um país que esteve ao meu lado em meio a essas dificuldades, é o Líbano.”
Ghosn pode ter rompido dramaticamente com o Japão, o país onde o renascimento da Nissan Motor liderado por ele o tornou um herói popular, mas agora o ex-executivo voltou para o Líbano, onde cresceu e ainda conta com o apoio dos círculos de elite que incluem o presidente.
Sua fuga da prisão domiciliar no 💥️Japão, digna de um filme, o tornou indiscutivelmente o mais conhecido residente do Líbano, e ele se apoia em um grupo de empresários influentes, advogados e autoridades do governo para ajudar a limpar seu nome.
Em um país cujos emigrantes superam os cidadãos que vivem no lar de origem, Ghosn é há muito tempo celebrado como a história de sucesso por excelência do Líbano & um executivo global sempre em movimento, adaptando-se sem esforço a diferentes culturas e idiomas e andando lado a lado das elites no Fórum Econômico Mundial de Davos.
Autoridades do governo não querem exagerar o nível de apoio oferecido a Ghosn, argumentando que é um serviço prestado a qualquer cidadão que entre no país legalmente. Embora exista um mandado de prisão internacional para Ghosn, o Líbano não tem acordo de extradição com o Japão, o que significa que ele está a salvo da deportação.
Apoiar seu filho pródigo sem parecer favorecer a elite endinheirada é um delicado ato de equilíbrio em um país que está cansado do tratamento preferencial para a classe alta. Os protestos anticorrupção derrubaram o governo em outubro, em meio a uma forte desaceleração econômica. Racionamento de energia, escassez de água e um florescente mercado negro da moeda local tornaram-se comuns.
Mesmo quando estava percorrendo o mundo, Ghosn manteve seus laços com o Líbano. Ele possui uma pequena participação no Saradar Bank, um dos principais bancos do país, e cofundou uma vinícola e um projeto imobiliário na região norte, coberta pela floresta de cedro que ficou famosa na bandeira nacional. A família Saradar tem desempenhado um papel fundamental no setor bancário do país há décadas e a empresa sobreviveu aos altos e baixos da prolongada guerra civil do Líbano.
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