Projeto Libra começa 2023 com obstáculos na Suíça

Libra-Facebook

A Libra também cometeu um erro estratégico ao não consultar a Finma, reguladora de bancos da Suíça, sobre o pedido de uma licença bancária (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

A 💥️criptomoeda Libra, do 💥️Facebook, começa 2023 longe de entrar em operação. Autoridades da 💥️Suíça, sede do projeto, agora fazem novos questionamentos sobre sua adequação como moeda global.

Em 27 de dezembro, o ministro das Finanças da Suíça, Ueli Maurer, disse em Berna que o país não pode aprovar a Libra em seu modelo atual, sinalizando ao Facebook que o produto que a empresa deseja lançar em Genebra não receberá sinal verde dos reguladores em breve.

Em entrevista à TV suíça SRF naquele mesmo dia, Maurer foi além dizendo que o projeto “falhou” em sua forma atual, porque a cesta de moedas proposta pela Libra para sustentar a moeda digital não foi aceita pelos bancos nacionais emissores.

As declarações contundentes marcam uma mudança radical de tom em relação à recepção calorosa de reguladores suíços ao Facebook em junho, quando a companhia escolheu Genebra como sede do projeto.

Naquela época, a gigante de redes sociais prestava homenagem à tradição da cidade como um centro de cooperação internacional, enquanto autoridades suíças se entusiasmavam com os “positivos” sinais enviados sobre o papel da Suíça em um“ ambicioso projeto internacional”.

Mas, depois que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, políticos americanos e europeus se alinharam para revelar preocupações sobre a soberania das moedas, o histórico recente do Facebook de uso indevido de dados e o potencial da Libra como um ímã para criminosos financeiros, autoridades suíças começaram a mudar de tom.

“Enquanto a SEC estiver preocupada com a Libra, dizendo que a moeda é baseada em tecnologia relativamente nova e não comprovada e que pode rivalizar com o dólar americano, outros governos, incluindo o suíço, vão adotar uma abordagem de esperar para ver”, disse Nils Reimelt, da Capco Digital, uma consultoria de serviços financeiros em Zurique.

A Libra também cometeu um erro estratégico ao não consultar a Finma, reguladora de bancos da Suíça, sobre o pedido de uma licença bancária antes de anunciar seus planos para Genebra, disse Reimelt. A Libra Association decidiu então não incluir o franco suíço, considerado um porto seguro, na cesta de moedas que sustentam a criptomoeda, criando mais incertezas, de acordo com Reimelt.

Em setembro, o presidente do Banco Nacional da Suíça, Thomas Jordan, verbalizou tais preocupações em discurso, sem mencionar a Libra explicitamente. “Se moedas estáveis atreladas a moedas estrangeiras se estabelecerem na Suíça, a eficácia de nossa política monetária poderá ser prejudicada.”

Lavagem de dinheiro

Finma juntou-se à 💥️Jordânia em um alerta, dizendo em setembro que a Libra teria que adotar regras de risco como as de bancos e aplicar os “mais altos padrões internacionais de combate à lavagem de dinheiro”.

Alguns governos e reguladores levantaram questões “que levamos muito a sério e estamos trabalhando duro para fornecer respostas ponderadas”, disse a Libra Association em comunicado.

“Estamos comprometidos com um diálogo contínuo e construtivo” e “nosso objetivo continua sendo o de encontrar a melhor maneira de lançar um sistema de pagamento internacional rápido, seguro e compatível”.

Após o alerta de Maurer em dezembro, em 15 de janeiro o governo suíço divulgou um memorando mais sutil, insinuando que pode estar mais aberto a repensar o projeto. O governo continuará monitorando a Libra, disse o conselho, “em particular a forma que a Libra poderá assumir no futuro”.

“A Suíça é geralmente aberta a projetos que reduzem o custo de transações de pagamento além das fronteiras e busca promover a inclusão financeira”, afirmou o governo.

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