Quem são as startups brasileiras candidatas a novos unicórnios em 2023
Em 2023, as startups de tecnologia vão engrossar a lista brasileira de unicórnios (Imagem: Unsplash/@soberanes)
Primeiro foram as 💥️fintechs e os 💥️aplicativos de entregas e de mobilidade urbana. Depois vieram imobiliárias online, plataforma de educação e rede de academias de ginástica. Em 2023, outros setores vão engrossar a lista brasileira de unicórnios, as 💥️startups de tecnologia que valem mais de 1 bilhão de dólares.
Membro recente nessa seara, o 💥️Brasil está numa crescente. Foram mais seis unicórnios em 2023, chegando a 11 no total, com a plataforma de aluguel de imóveis 💥️Loft no início deste mês.
Segmentos das áreas de saúde, logística, agronegócio e gestão também vêm despontando, na prévia de uma diversificação muito maior, que tornará em negócios multibilionários projetos como 💥️inteligência artificial, genética e big data.
Para especialistas, apesar da liderança das fintechs, como a plataforma de finanças pessoais 💥️Guiabolso, o 💥️banco Neon, a empresa de crédito com garantia 💥️Creditas, a plataforma de gestão financeira para pequenas empresas 💥️ContaAzul e a de antecipação de recebíveis Weel, outros negócios devem despontar nos próximos meses.
Guiabolso é uma das startups que lidera o mercado fintech brasileiro (Imagem: LikendIn/GuiaBolso)
“Há uma safra de bons empreendedores surgindo no Brasil, muitos na indústria financeira, mas também em saúde, setor imobiliário, infraestrutura, educação e criadores de marcas de contato direto com consumidor”, disse Santiago Fossatti, sócio da Kaszek Ventures.
Entre alguns nomes citados por profissionais do mercado como possíveis próximos membros do clube estão a CargoX, plataforma de gestão de transporte de carga rodoviária, o grupo de 💥️e-commerce Vtex, o aplicativo de viagens de ônibus Buser e a plataforma de compra e venda de veículos usados Volanty.
“O ecossistema no Brasil amadureceu bastante nos últimos três a cinco anos, com a tecnologia penetrando em praticamente todas as áreas da economia”, disse Anderson Thees, sócio fundador da Redpoint, que já investiu em unicórnios como 💥️Nubank, 💥️Rappi e 💥️Gympass e tem hoje 40 startups brasileiras na carteira.
“Vamos ver muito breve unicórnios de mais setores.”
O ecossistema no Brasil amadureceu bastante nos últimos três a cinco anos, com a tecnologia penetrando em praticamente todas as áreas da economia, diz investidor (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
Negócios de bilhões de dólares baseados em 💥️tecnologia são algo relativamente novo no Brasil. Começou em 2017 com o Nubank. Na 💥️América Latina há apenas mais dois, na Colômbia. Para efeito de comparação, na 💥️China há 104, ante mais de 200 nos 💥️Estados Unidos, segundo a CB Insights.
Mas, a exemplo de chineses e norte-americanos, o Brasil tem um grande mercado consumidor e amplo acesso da população a 💥️smartphones e virar um hub de startups com ênfase no modelo B2C, de interface direta com consumidores, era questão de tempo.
Entre os fatores que acenderam esse potencial estão a flexibilização regulatória nas áreas financeira e de mobilidade urbana.
Além disso, a forte queda do investimento necessário para montar um negócio de base tecnológica e o aumento do volume de recursos canalizados para capital de risco tem levado pequenos empreendedores a tentarem reproduzir aqui experiências norte-americanas e chinesas bem-sucedidas.
a forte queda do investimento necessário para montar um negócio de base tecnológica tem levado pequenos empreendedores a tentarem reproduzir aqui experiências dos EUA e China (Imagem: Facebook/Toshiba Brasil)
“Hoje pode-se criar um negócio de 💥️varejo eletrônico com o que há de melhor em tecnologia investindo cerca de 50 mil dólares”, diz Thees.
Segundo a Abstartups, entidade do setor, o número de startups no Brasil passou de 600 para quase 13 mil nos últimos oito anos. Nesse período, o volume de dinheiro comprometido com private equity e venture capital no Brasil quase triplicou em sete anos, para mais de 170 bilhões de reais, segundo a Abvcap.
Velocidade
De olho nesse fenômeno, gestoras de venture capital como a norte-americana Redpoint, a brasileira monashees e a Kaszek, da Argentina, se especializaram em identificar e investir em startups com potencial de crescimento rápido no Brasil e na América Latina.
Só esta última tem 1 bilhão de dólares comprometidos em startups na América Latina, dois terços disso em cerca de 50 startups brasileiras.
Só esta última tem US$ 1 bilhão comprometidos em startups na América Latina; 66% dois terços só em 50 startups brasileiras (Imagem: Robert Nyman/Unsplash)
A capacidade desse tipo de gestora de não apenas injetar capital, mas de ter interlocução com grandes fundos globais, como o japonês 💥️Softbank, a Temasek, Sequoia, entre outros, lubrificou essa engrenagem.
Com isso, o período para uma startup virar unicórnio tem caído rapidamente. A Movile, dona do 💥️iFood, e a 💥️PagSeguro levaram duas décadas para atingir essa condição.
A plataforma de aluguel de imóveis Loft, tornou-se neste mês o mais novo unicórnio do país, 16 meses após ter sido criada.
“Os prazos para atingir o objetivo de virar startup gigante estão diminuindo na mesma velocidade com que o volume de recursos está crescendo”, disse o principal executivo de uma das gestoras mais ativas de venture capital, sob condição de anonimato.
A plataforma de aluguel de imóveis Loft, tornou-se neste mês o mais novo unicórnio do país, 16 meses após ter sido criada (Imagem: LinkedIn/Loft)
“Em geral, a expectativa é de que ao comprometer dezenas de milhões de dólares, o investidor espera que a startup cresça mais rápido, a ponto de receber outro investimento de centenas de milhões que a torne em unicórnio no prazo de 18 a 30 meses.”
Exemplos de internacionalização de unicórnios ainda são raros, casos de Nubank e Gympass, mas devem também crescer, segundo os especialistas, à medida que os empresários entendam características regulatórias e de mercado de cada região.
Diferentes horizontes
Simultaneamente à atuação dos fundos de venture capital, hubs de inovação patrocinados por grandes empresas, como o Cubo, do 💥️Itaú Unibanco 💥️(ITUB4), e o Habitat, do rival 💥️Bradesco 💥️(BBDC4), têm ajudado a dar visibilidade aos negócios de tecnologia.
“Isso dá mais horizontes para os empreendedores e os investidores, diz Renata Zanuto co-presidente do Cubo.
Entre os exemplos mais recentes nesse sentido, o Itaú Unibanco assumiu o controle da companhia mineira de serviços de tecnologia Zup por cerca de 500 milhões de reais, que era investida pelo Kaszek. A B2W comprou a Supermercado Now, que tinha recebido aporte de family offices.
Segundo Fossatti, da Kaszek, apesar da visibilidade criada com a multiplicação dos unicórnios brasileiros, essa não é uma realidade perseguida pelos fundos de capital de risco como alvo final para todas as startups.
“O objetivo principal é criar empresas que tenham impacto positivo na vida de milhões de pessoas, não necessariamente em unicórnios”, disse o executivo.
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