Tempo para recuperação do real é dúvida entre analistas
O real se desvalorizou 6,6% este ano e é a pior entre as 31 principais moedas (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Os três principais analistas do 💥️real & a moeda com o pior desempenho entre as maiores do mundo neste ano & concordam que a divisa brasileira se fortalecerá em 2023, à medida que a preocupação dos mercados com o coronavírus diminuir e as taxas de juros ficarem estáveis. A grande pergunta é quando isso vai acontecer.
Os bancos Julius Baer e Wells Fargo Securities esperam que o real se fortaleça cerca de 7% nos próximos meses, voltando ao ponto em que começou o ano, em R$ 4 por dólar.
Já a TD Securities é menos otimista, afirmando que 💥️dólar subirá para além de R$ 4,35 antes de ceder para R$ 4,25 no final do ano.
“Esperamos que o real supere as moedas dos mercados emergentes em 2023 após um início ruim”, disse David Kohl, chefe de pesquisa de moedas da Julius Baer, em Zurique. Ele prevê que o dólar caia para R$ 4,05 em três meses e para R$ 4,0 em 12 meses. “Esperamos que esses ventos contrários sejam transitórios.”
O real se desvalorizou 6,6% este ano e é a pior entre as 31 principais moedas monitoradas pela Bloomberg.
Embora o principal motivo para a queda seja a aversão ao risco global, desencadeada pelo surto do 💥️coronavírus, o carry trade deprimido da moeda brasileira e a recuperação econômica ainda frágil do país também pesam. O dólar segue renovando recordes históricos.
Kohl espera que o 💥️PIB brasileiro cresça 2% este ano, depois de crescer cerca da metade disso em 2023, devido ao ressurgimento da demanda e produção reprimidas, e também por conta de uma reação do governo da China ao vírus.
Essas forças inflacionárias provavelmente apoiarão o real, que é mais sensível do que muitos pares aos desdobramentos externos.
Brendan McKenna, estrategista de câmbio da Wells Fargo em Nova York, também é otimista em relação ao real, citando não apenas a economia, mas também o compromisso do governo com uma agenda de reformas favorável ao mercado e as expectativas de que continuará a vender ativos e reformar o sistema tributário.
“Os cortes agressivos nos juros feitos pelo BC começarão a ter efeito na economia real em algum momento deste ano e impulsionarão a recuperação”, disse ele. McKenna prevê que o dólar ceda para cerca de R$ 4,00 até o final de março.
Na TD Securities, Sacha Tihany, vice-chefe de estratégia de mercados emergentes, diz que o real não se recuperará até o final do ano e que, mesmo assim, será necessário um dólar fraco para ajudar a sustentá-lo, porque um aumento no crescimento provavelmente não entusiasmará os investidores.
Outro motivo para ser pessimista, segundo Tihany, é a deterioração das contas externas do Brasil. O saldo da conta corrente em 12 meses do país, como porcentagem do PIB, aumentou para 2,76% em dezembro, ante 1,17% no final de 2018.
O acordo comercial 💥️EUA& 💥️China que ajudou a impulsionar os mercados emergentes no início deste ano, entretanto, pode ser problemático para o Brasil, disse.
“O déficit em conta corrente externa é uma questão substancial”, disse Tihany. “E acredito que continue assim, dado o potencial do acordo comercial EUA-China para prejudicar as exportações de bens do Brasil.”
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