Petrobras: os 5 principais impactos da guerra do petróleo sobre a empresa
Efeito-dominó: de receitas a projetos futuros, Petrobras pode se complicar bem (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)
A 💥️briga de russos e árabes para decidir quem manda no mercado mundial de petróleo atingiu em cheio a 💥️Petrobras 💥️(PETR3; PETR4), cujas ações preferenciais e ordinárias 💥️tombaram cerca de 30% nesta segunda-feira (9).
Agora, os analistas tentam avaliar a extensão dos danos e, sobretudo, a capacidade da petrolífera de resistir a uma guerra prolongada entre Rússia e Arábia pelo domínio do setor.
Os primeiros relatórios sobre a Petrobras apontam, pelo menos, cinco consequências importantes, que ameaçam tanto seu presente, quanto seu futuro. O 💥️BB Investimentos, por exemplo, colocou os papéis da companhia em revisão.
Antes da crise, a recomendação da gestora era de outperform, com preço-alvo de R$ 32,20 para 💥️PETR3 e R$ 36,50 para 💥️PETR4.
Já o 💥️Credit Suisse afirma que o novo cenário testará a resiliência da Petrobras, dada a reestruturação promovida no último ano, com a venda de ativos não estratégicos, o controle de custos e o foco na exploração e produção de petróleo.
Mesmo diante dos problemas, o banco suíço manteve a recomendação de compra para 💥️PETR4.
As esperanças do 💥️BTG Pactual recaem sobre uma forte entrada de caixa decorrente da venda de mais ativos da Petrobras, além de uma redução controlável do ebtida. Por isso, o banco mantém a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 21 para as preferenciais.
Veja, a seguir, os cinco maiores impactos da crise do petróleo sobre a Petrobras, segundo o BB Investimentos, o Credit Suisse e o BTG Pactual.
1. Queda do ebitda
O primeiro reflexo da queda do 💥️petróleo é a retração das receitas da Petrobras, já que a produção interna segue a cotação internacional da 💥️commodity. Os analistas e os economistas já esperam um corte nos preços praticados pela estatal.
Com menos receitas, a geração de caixa, medida pelo ebitda, também será menor. A divergência dos analistas é o tamanho desta queda. O BTG Pactual estima que, para cada US$ 10 de recuo na cotação do petróleo, o ebtida anual da estatal baixará R$ 7 bilhões.
Aramco: a estatal saudita de petróleo lidera a queda dos preços da commodity (Imagem: Reuters/Maxim Shemetov)
O Credit Suisse adiciona um complicador na equação: a variação cambial. No cenário original, o banco suíço se baseava num preço médio de US$ 60 por barril neste ano, com o dólar cotado a R$ 4,10. Isso resultaria num ebitda de R$ 34 bilhões para a estatal brasileira.
Agora, se o barril do petróleo cair para US$ 30, o ebitda pode variar de R$ 16,7 bilhões a R$ 17,3 bilhões, conforme a taxa de câmbio fique em R$ 4,50 ou R$ 4,70, respectivamente. De qualquer modo, o Credit Suisse acredita que a Petrobras não queimará caixa, desde que o barril não caia abaixo de US$ 35.
2. Ponto de equilíbrio dos novos projetos
Projetos de longo prazo, como a exploração do pré-sal, requerem um cenário de referência para calcular custos e taxas de retorno. O problema é que a atuação cotação do petróleo (e suas perspectivas de curto prazo) não são favoráveis para a rentabilidade dos novos projetos da Petrobras.
O chamado breakeven (ponto em que o projeto começa a se pagar) da Petrobras é de US$ 25 por barril, para os projetos em geral, e de US$ 21 para o pré-sal, nas contas do BB Investimentos. Segundo a gestora, esse é “o ponto mais preocupante”, já que atrapalha o futuro da companhia.
Venda de ativos: saída da BR Distribuidora é exemplo da reestruturação da Petrobras (Imagem: Divulgação/BR Distribuidora)
Para os analistas, a Petrobras tem condições se manter os planos, se o petróleo se estabilizar em US$ 30, mas isso representará “condições piores para novos projetos”.
3. Queda do preço dos ativos à venda
A guerra de preços travada entre russos e árabes também tende a desvalorizar os ativos das petroleiras em geral. Afinal, nenhum investidor quer pagar caro por algo que não vai render o que espera, dado que o preço de mercado dos produtos está menor.
Isso vale, também, para o programa de venda de negócios não estratégicos da Petrobras. Como se sabe, a atual gestão implementa, desde o ano passado, uma política de reestruturação que já passou pela venda da rede de postos de combustíveis BR Distribuidora, refinarias, gasodutos etc.
O BB Investimento teme que a desvalorização do petróleo arraste, junto, o preço dos ativos do setor. Traduzindo: “a expectativa de arrecadar entre US$ 10 e US$ 15 bilhões [com a venda de refinarias] pode ser comprometida se a volatilidade de preços persistir”.
4. Queda da distribuição de dividendos
De um lado, a queda de receitas atrapalharia a geração de caixa. De outro, a venda de ativos por um preço menor não seria suficiente para cobrir a diferença. Tudo somado, a Petrobras estaria no caminho de apresentar lucros menores e, com ele, menos distribuição de ganhos aos acionistas.
O BTG Pactual estima que uma queda de US$ 10 na cotação do barril resulte em redução de R$ 5 bilhões nos lucros da estatal. Para o BB Investimentos, esse cenário enfraquece um fator com o qual muitos analistas contavam: o aumento da distribuição de dividendos da Petrobras a partir de 2023.
5. Queda do valor de mercado
Como todo investidor sabe, o preço da ação reflete, sobretudo, a expectativa do mercado de que a empresa será capaz de gerar e distribuir valor para os acionistas. E, neste ponto, as perspectivas para a Petrobras são, no mínimo, preocupantes.
Seja pelo impacto na geração de caixa, seja pela ameaça sobre a partilha de dividendos, o fato é que investir em ações da Petrobras tornou-se mais incerto neste instante. Não é por acaso que os papéis tombaram no pregão de ontem.
A esperança de que a situação volte ao normal é expressa, porém, pela alta nesta terça-feira (10). Por volta das 11h25, as ações 💥️PETR4 subiam 9,38% e eram negociadas a R$ 17,55, enquanto o 💥️Ibovespa avançava 4,50%, marcando 89.936 pontos.
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