Trabalhadores do setor de alimentos exigem proteção contra vírus no mundo
É uma questão especialmente difícil, uma vez que problemas de transporte, de mão de obra e logísticos já dificultam o abastecimento de alimentos na era da pandemia em algumas localidades (Imagem: Pixabay)
Governos federais foram rápidos em isentar fabricantes de alimentos e distribuidores de bloqueios. Afinal, as pessoas precisam comer. Agora, algumas autoridades locais e sindicatos estão na contramão.
Alguns prefeitos na 💥️América do Sul interromperam algumas etapas da produção agrícola. Sindicatos ameaçam entrar em greve por questões de segurança. E alguns trabalhadores do setor de avicultura dos 💥️Estados Unidos fizeram uma paralisação.
Esses focos de resistência ao longo da cadeia de alimentos destacam o equilíbrio necessário para conter o coronavírus e proteger trabalhadores considerados essenciais para a entrega de bens e serviços.
É uma questão especialmente difícil, uma vez que problemas de transporte, de mão de obra e logísticos já dificultam o abastecimento de alimentos na era da pandemia em algumas localidades.
No 💥️Brasil, um sindicato quase conseguiu fechar dois frigoríficos de aves da 💥️JBS ao convencer um juiz de que os riscos à saúde dos trabalhadores eram muito grandes.
Um dia depois, a JBS conseguiu reverter a decisão. Nos EUA, a gigante de frango Perdue Farms tenta negociar com trabalhadores depois que mais de 20 funcionários fizeram uma paralisação no frigorífico de Kathleen, Geórgia, que emprega 600 pessoas.
Na segunda-feira, a Sanderson Farms anunciou que o teste de um funcionário deu positivo para coronavírus, o primeiro caso do setor de processamento de carnes nos EUA.
“Esses bravos trabalhadores fizeram a paralisação para proteger a si mesmos, a comunidade e o público”, disse Debbie Berkowitz, diretora do programa de saúde e segurança de trabalhadores do National Employment Law Project. Segundo ela, trabalhadores do setor de carnes devem receber aumento de salário devido aos riscos assumidos.
A todo vapor
Embora nenhum dos incidentes nos frigoríficos tenha causado problemas operacionais, existe a preocupação de que a resistência de trabalhadores tende a aumentar, o que pode provocar cortes na cadeia de suprimentos justo quando consumidores estocam alimentos em meio a quarentenas.
O setor de suínos dos EUA solicitou mais vistos para trabalhadores temporários, e há informações de que as fábricas funcionam a todo vapor, não apenas para suprir a demanda sem precedentes de alimentos no varejo, mas também para obter o máximo de produção possível antes que bloqueios decorrentes do surto diminuam o ritmo.
O setor de carnes não é o único. Alguns prefeitos da principal região agrícola no Brasil decidiram suspender o transporte como forma de conter o vírus.
O prefeito de Canarana, no Mato Grosso, suspendeu o transporte de grãos com caminhões de armazéns para terminais de exportação, e o prefeito de Rondonópolis ordenou a paralisação de unidades de processamento de soja. Oficinas mecânicas também enfrentam restrições, o que pode atrapalhar a manutenção dos caminhões que percorrem longos percursos.
Na vizinha Argentina, um prefeito proibiu na semana passada a passagem de caminhões em uma seção importante do centro graneleiro do Rio Paraná. Sindicatos de trabalhadores portuários no Brasil e na Argentina também buscam garantias de que setores e trabalhadores isentos dos bloqueios estão seguros.
Embora um decreto presidencial na Colômbia afirme que trabalhadores das cadeias de suprimentos agrícolas podem se deslocar livremente, alguns prefeitos não têm respeitado a ordem, disse Manuel Rueda, gerente-geral da Integra Trading SAS.
No entanto, os sistemas alimentares internacionais dependem da mão de obra local.
“Estamos solicitando aos estados e ao governo federal que intervenham nas decisões dos prefeitos”, disse Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja, no Mato Grosso. “Essas ações ainda não resultaram em problemas reais, mas estamos agindo com antecedência.”
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