3 perguntas de KYP para garantir a segurança de seus criptoativos (Parte 1)
Instituições tradicionais e de cripto deveriam considerar a implementação de um processo de “Conheça seu Fornecedor” (KYP) para avaliar a segurança de seus criptoativos (Imagem: Freepik/stories)
Em 2008, quando gigantes de 💥️Wall Street como Lehman Brothers e Bear Stearns se tornaram as 💥️vítimas da crise de crédito e do colapso do mercado financeiro, ninguém estava protegido.
Existem histórias de fundos de hedge que não tinham nada a ver com o mercado hipotecário, mas que perderam o fundo de seus clientes que estavam no Lehman e fundos foram misturados.
Clientes que usavam serviços de outros departamentos da Lehman (negociação ou consultoria) foram abalados comercialmente por conta da falência e do encerramento da empresa.
De acordo com artigos jornalísticos recentes, a consolidação e a convergência do setor de segurança dos ativos digitais estão acontecendo.
Empresas de tecnologia estão se expandindo para se tornar custodiantes enquanto custodiantes estão se expandindo para se tornar corretoras. Embora esses sejam sinais do amadurecimento da indústria, é importante entender os riscos sendo tomados por esses fornecedores.
Apesar de algumas proteções da indústria terem, obviamente, sido aprovadas para evitar um abalo de tamanha magnitude vivenciada em 2008, instituições tradicionais e de cripto deveriam considerar a implementação de um processo de “Conheça seu Fornecedor”, KYP (do inglês “Know Your Provider”) para avaliar a segurança de seus 💥️criptoativos.
Abaixo, detalhes dos motivos para a implementação de uma abordagem de KYP.
Em uma corretora centralizada, um usuário precisaria pedir um saque, ou seja, precisaria que a corretora movimentasse seus fundos por eles (Imagem: Freepik/rawpixel.com)
Como chegamos aqui?
No início, não havia custodiantes. Um dos principais objetivos das 💥️criptomoedas é remover a necessidade de intermediários (governos, bancos etc.), com a ideia de que as pessoas teriam controle sobre seus próprios ativos.
As únicas custodiantes eram as corretoras; usuários depositavam fundos nessas corretoras e confiavam que a corretora assegurasse seus fundos. Em uma corretora centralizada, um usuário precisaria pedir um saque, ou seja, precisaria que a corretora movimentasse seus fundos por eles.
Essas corretoras não eram reguladas e ninguém se importava.
Porém, conforme instituições do lado da compra (buy-side) — como seguradoras, fundos mútuos e de pensão, que compram e investem em aplicações financeiras para gestores de fundos — entravam no mercado, a hipótese era que essas empresas precisariam de um custodiante regulamentado para assegurar seus fundos (apesar da contínua ambiguidade dos reguladores em diversos países).
O modelo comercial para esses custodiantes era baseado em ativos sob custódia (AUC). Taxas eram cobradas em cerca de 50 pontos-base por ano, que é 20 vezes maior do que a taxa média de custódia nos mercados tradicionais.
Como esperado, essas taxas continuaram a comprimir, forçando custodiantes a buscarem por novas formas de monetizar ativos e criar novas fontes de receita.
Existe uma demanda por ativos para que a negociação seja feita em diversas corretoras (otimizando as ineficiências de preço) (Imagem: Facebook/BlockFi)
E surgiu o empréstimo
Assim como nos mercados tradicionais, grande parte do lucro das 💥️corretoras são provenientes do empréstimo dos ativos digitais de seus clientes e do gerenciamento do risco associado.
Existe uma grande oportunidade para empréstimo, principalmente para estar a descoberto. Além disso, já que muitas corretoras são centralizadas e exigem os ativos antes da negociação, existe uma demanda por ativos para que a negociação seja feita em diversas corretoras (otimizando as ineficiências de preço).
Algumas corretoras de derivativos fornecem a capacidade de depositar margem sobre o ativo subjacente, e diversas oportunidades de negociação (como a o tradicional “pague e leve”) também tiveram um impacto significativo na demanda por empréstimo de cripto ou fiduciária.
Diversas empresas especializadas em empréstimo entraram em cena — cada uma com um modelo comercial diferente. Em seguida, custodiantes perceberam isso pois, já que detêm fundos de seus clientes, podem facilitar empréstimos entre seus clientes.
Ao fazê-lo, criam uma nova fonte de renda, substituindo a necessidade de cobrar por custódia de ativos. Já vi diversos custodiantes que pensam em entrar para o setor de empréstimos. Alguns até mesmo já emprestam seus próprios ativos.
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