Granjeiros independentes têm dificuldades de pagar (e renegociar) os fornecedores
Suinocultura e avicultura estão com dificuldades de vendas e de repasse de preços (Imagem: Pixabay)
A drástica redução do consumo interno e queda dos preços durante o período de restrições de funcionamento da economia, com reflexos no bolso da população por perda de emprego e redução de salário, tem impactado diretamente a situação dos produtores de suínos e aves independentes. As contas não estão fechando e pagamentos aos fornecedores contabilizam dificuldades.
O cenário também pode chegar aos granjeiros que atuam pelo sistema de integração, cuja entrega de insumos para a produção é das integradas, as cooperativas e frigoríficos.
Apesar de Ariovaldo Zani, vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Ração (Sindiração), ter dito a 💥️Money Times que está “tudo funcionando normalmente”, líderes empresariais de estados produtores importantes estão pessimistas.
Do Paraná, Jacir Dariva, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), e José Antônio Ribas, presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), conhecem o problema enfrentado. A soja e o milho aumentaram – entre outros insumos que asseguram o negócio – e o fluxo de caixa foi cortado por vendas fracas e dificuldade de repassar preços.
“As integradoras são o pulmão da cadeia, que ajuda a manter o produtor, mas os independentes estão com dificuldades”, diz Ribas. Ele também comenta que o valor dos pintinhos subiu muito também e pode gerar mais problemas de alojamento nos independentes, ao passo que os integrados estão mantendo.
Mercado interno
Para Dariva, no caso dos suínos, o preço de R$ 3,75 a R$ 4,10 pelo kg vivo não cobre os preços praticados pelos fornecedores, mais ainda porque cerca de 80% da produção vai para o mercado interno. “Se dependêssemos de 30% a 40% do mercado externo, poderíamos estar melhor”, diz o presidente da APS.
Há dificuldades de renegociação tanto de prazos quanto de valores de parcelas devidas junto aos fornecedores, complementa ele, que somente negociam quando o produtor deixa de pagar: “Por livre e espontânea vontade as empresas não têm procurado os produtores”, destacando, contudo, sempre a possibilidade de haver exceções.
Enquanto José Antônio Ribas, da Acav, defende a integração produtiva na cadeia, ainda mais agora diante do quadro trazido pela pandemia, o presidente da APS está vendo também o cenário se alastrar para dentro do sistema de integração.
Naturalmente depende do tamanho de cada empresa na ponta final, mas Jacir Dariva já tem notícias de fluxo de caixa comprometendo pequenas cooperativas e frigoríficos de porte menor, além do que também encontram dificuldade de insumos para a produção de ração – e, consequentemente a entrega aos produtores parceiros.
Em Santa Catarina situação é complicada também. O estado líder na suinocultura teve uma redução de 30% nos preços em um mês de explosão da covid-19, segundo dados da Bolsa de Suínos da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, reportada hoje (17).
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