Brasil deve importar mais de 3 mi toneladas de milho até a safrinha, estima Agroconsult
A demanda interna pelo grão é puxada principalmente pela indústria produtora de carnes, que utiliza o cereal na alimentação animal (Imagem: Reuters/Lucas Jackson)
O 💥️Brasil deve recorrer ao mercado externo para importar mais de 3 milhões de toneladas de 💥️milho até a entrada da segunda safra 2023/2020 do cereal no país, em meados de junho, e atender a demanda interna, estimou a consultoria Agroconsult.
Os preços do milho estão elevados e encontram-se próximos da paridade de importação em diversas regiões do país, o que sinaliza escassez de oferta, disse nesta quinta-feira o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, em videoconferência.
A demanda interna pelo grão é puxada principalmente pela indústria produtora de carnes, que utiliza o cereal na alimentação animal, e pelas usinas fabricantes de etanol de milho.
“Apesar da queda no consumo de combustíveis, que afetou o 💥️etanol (devido ao isolamento contra o 💥️coronavírus), a demanda doméstica por milho ainda deve superar 65 milhões de toneladas neste ano”, projetou.
Durante a videoconferência, Pêssoa reafirmou as estimativas de produção para a cultura, já divulgadas no mês passado. A segunda safra de milho do Brasil deve alcançar 74,7 milhões de toneladas em 2023/2020, queda de 2,6% em relação ao ano anterior.
Além da utilização interna, parte da “safrinha” é exportada após a colheita. O diretor da Agroconsult disse que 75% do milho segunda safra 2023/20 já foi comercializado em contratos de exportação, assim como 23% do cereal de 2023/21.
“A redução no consumo de etanol nos Estados Unidos e a queda nos preços do petróleo afetaram as cotações internacionais do cereal… mas graças ao patamar de câmbio, o milho ainda mantém preços em reais atrativos para exportação.”
Com relação à soja, principal commodity exportada pelo Brasil, ele destacou que a China teve um período de paralisação na indústria por causa do coronavírus, mas que a demanda está sendo recomposta e deve crescer para que o país asiático forme estoques.
“A indústria chinesa só não processou mais porque não estava chegando soja lá, mas agora já está chegando”, afirmou. “Temos do lado da demanda e do ritmo de importações da 💥️China um sinal muito positivo para este ano.”
Com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), ele ressaltou que a China importou cerca de 42 milhões de toneladas de soja no intervalo de outubro a março deste ano, ou seja, na safra 2023/20, volume 20% acima do adquirido na temporada anterior.
A safra de soja do Brasil em 2023/2020 deverá atingir 123,5 milhões de toneladas, de acordo com a Agroconsult. Mesmo diante de perdas causadas pela seca no Rio Grande do Sul, o volume é 3,9% maior que o registrado em 2018/19, de 118,8 milhões de toneladas.
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