Veja um panorama das exportações do agronegócio brasileiro em meio à pandemia

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Esse resultado teve contribuição de um importante setor do agronegócio, o do complexo soja (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Desde dezembro de 2023, quando foram reportadas na 💥️China, as infecções por 💥️coronavírus têm se alastrado por vários países e, em março de 2023, foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (💥️OMS) como pandemia.

Para combater a disseminação da doença e seus efeitos sobre a saúde de seus habitantes, os governantes dos países têm adotado medidas de restrição de circulação de pessoas e mercadorias.

As limitações de atividades econômicas, por sua vez, têm levado o Fundo Monetário Internacional (💥️FMI) e governos a revisarem para baixo as projeções de crescimento da economia global, com alastramento de suas consequências, inclusive sobre o comércio mundial, que deve recuar em 2023 frente ao ano anterior.

A China foi o primeiro país a decretar quarentena em três municípios da província de Hubei: Wuhan, Huanggang e Ezhou. Nesse período, com a paralisação das atividades, houve queda anualizada, até o primeiro bimestre de 2023, de 13,5% da produção industrial e de mais de 20% nas vendas do varejo, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (BNS).

Desse modo, o país asiático também reduziu o ritmo de importações em 4% e das exportações, em 17%, no acumulado de janeiro a fevereiro/2020. Em março, as diminuições foram menores, de 6,6% nas exportações de 0,9% nas importações totais.

E, para este mês de abril, a perspectiva é de que o país retorne à “normalidade”, caso não haja problemas de novas ondas de infecções.

Embora agentes portuários tenham relatado ocorrência de paralisações e atrasos na liberação de cargas nos portos chineses nos primeiros meses de 2023, a participação das exportações brasileiras para o país superou os 28%, um recorde para o período, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Esse resultado teve contribuição de um importante setor do agronegócio, o do complexo soja.

Em relação às importações chinesas dos produtos do agronegócio brasileiro, houve certa redução em janeiro, com recuperação em fevereiro e com mais força em março.

No acumulado de janeiro a março, as exportações brasileiras do agronegócio ultrapassaram os US$ 21 bilhões, valor muito próximo ao registrado no primeiro trimestre de 2023 (com pequena redução de 0,4%). Ainda, a China manteve sua parcela de 34% de participação nesse total, semelhante à observada em 2023.

Outros destinos que também sofrem com o alastramento da doença e ainda mantêm medidas de restrição à economia, como os países da 💥️União Europeia e os 💥️Estados Unidos, também mantiveram sua participação nas compras dos produtos brasileiros, de em torno de 17% e de 7%, respectivamente.

Em termos de produtos, os do complexo da soja representaram 35% das vendas externas do agronegócio de janeiro até março, as carnes, quase 19%, os florestais, 13%, o açúcar, quase 7% e o café, 6%.

Os produtos do complexo da soja, florestais, café e do setor têxtil conseguiram superar as vendas externas, em termos de valor, no agregado do primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2023.

O agronegócio é considerado setor essencial da economia e as projeções para 2023 têm sido mais animadoras do que para outros setores. A safra de produtos importantes como a soja, que está em final de colheita, deve ser recorde, e a oferta de outros produtos, como açúcar, milho e café, deve ser elevada.

Desse modo, a expectativa é de recuperação das vendas externas do agronegócio ao longo do ano, o que já se verificou em março, com a paulatina volta à normalidade das atividades econômicas na China e à medida que os principais parceiros do agronegócio brasileiro também consigam conter o agravamento da pandemia.

Há, inclusive, perspectivas de que as vendas dos produtos do complexo da soja superem os valores dos embarques de 2023, conforme último relatório do 💥️USDA.

Em março, também houve a abertura de novos mercados, principalmente carnes, fruto de um esforço do 💥️Ministério da Agricultura (Mapa), que tem atuado para garantir o abastecimento doméstico e elevar as vendas externas do setor, mesmo durante a pandemia.

No entanto, ainda para o setor de frutas e carnes, pode haver ainda alguma dificuldade, no curto prazo, principalmente em relação à logística, uma vez que agentes que trabalham nos portos têm relatado problemas com a disponibilidade de contêineres refrigerados para que os embarques desses produtos ocorram normalmente.

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