Ministro boliviano é preso por suspeita em compra de respiradores

Bolívia

O estado boliviano pagou US$ 4,7 milhões (cerca de R$ 26, 5 milhões) a uma empresa intermediária que, segundo o fabricante, custaram US $ 1,4 milhão (cerca de 8 milhões de reais) (Imagem: Pixabay)

O ministro da💥️ Saúde da 💥️Bolívia, Marcelo Navajas, foi preso ontem (20) e afastado do cargo por envolvimento em um suposto esquema de superfaturamento na compra de 170 respiradores de uma empresa espanhola, adquiridos para o tratamento do novo 💥️coronavírus.

Ele foi detido e prestou depoimento nas dependências da Força Especial de Luta contra o 💥️Crime (Felcc), a polícia especializada boliviana, em La Paz. Outros quatro servidores da pasta também foram detidos e afastados dos cargos.

Os respiradores teriam sido comprados por um valor três vezes maior do que o normal, em compra financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O estado boliviano pagou US$ 4,7 milhões (cerca de R$ 26, 5 milhões) a uma empresa intermediária que, segundo o fabricante, custaram US $ 1,4 milhão (cerca de 8 milhões de reais). Além de superfaturados, os equipamentos não atendiam os requisitos solicitados.

Interinamente, a vice-ministra de Saúde e Promoção, Eidy Roca, assumiu o ministério.

Segundo Álvaro Coimbra, ministro da Justiça, todas as pessoas envolvidas no processo de aquisição dos equipamentos serão investigadas.

Ontem foram presos também o diretor de Assuntos Jurídicos do Ministério da Saúde, Fernando Valenzuela, e o diretor da Agência de Infraestrutura de Saúde e Equipamento Médico (Aisem), Giovanni Pacheco.

Segundo Coimbra, o 💥️Ministério da Saúde era a unidade solicitante dos respiradores e o Aisem, a unidade executora, responsável pelo processo de contratação e que deveria ter observando os preços de referência.

“A indignação, o que é imperdoável, é que o equipamento foi comprado por três vezes o preço e há pessoas do governo incluídas nisso. Há uma impressão de que isso tenha sido de propósito”, disse Coimbra.

Antes da assinatura do contrato para a compra de 170 respiradores, o diretor da Agência de Infraestrutura de Saúde e Equipamento Médico (Aisem), Giovanni Pacheco, recebeu um relatório técnico que avisava que os equipamentos não atendiam às especificações técnicas recomendadas pela Organização Pan Americana da Saúde, nem pela 💥️Organização Mundial da Saúde. Apesar do aviso, foram adquiridos supostamente com a autorização do ministro da Saúde, Marcelo Navajas.

Em nota, o Banco Interamericano de Desenvolvimento pediu “sanções públicas contra empresas e indivíduos que usam práticas proibidas em licitações financiadas pelo Banco” e responsabilizou o governo boliviano pela compra.

O director da Felcc, Iván Rojas, disse que a investigação está em fase avançada. “O trabalho está sendo realizado seguindo uma linha de transparência no sentido de que vamos seguir convocando pessoas que têm algum vínculo ou ligação com o fato.”

A Bolívia, com uma população 11,3 milhões de habitantes, tem 4.919 casos confirmados e 199 mortes até o momento.

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