Weintraub vai à PF e entrega depoimento por escrito em inquérito por racismo
A investigação pedida pela Procuradoria-Geral da República tem como ponto de partida um texto publicado no Twitter do ministro em abril (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
O ministro da Educação, 💥️Abraham Weintraub, foi à 💥️Polícia Federal nesta quinta-feira para depor no inquérito aberto pelo ministro 💥️Celso de Mello, do 💥️Supremo Tribunal Federal (STF), que o investiga por racismo.
Uma fonte com conhecimento do caso disse à Reuters que o ministro apresentou o depoimento por escrito.
“Prestei depoimento à PF, em respeito à Polícia. Fui muito bem recebido pelo diretor-geral Rolando e por toda sua equipe. Agradeço especialmente a você, que me apoia na luta pela LIBERDADE!”, disse Weintraub em uma publicação no Twitter. Do lado de fora da PF havia manifestantes a favor do ministro.
Weintraub tentou, sem sucesso, adiar o depoimento ao STF, mas foi barrado porque não tem, segundo a corte, prerrogativa como investigado para marcar dia e hora para falar.
A investigação pedida pela Procuradoria-Geral da República tem como ponto de partida um texto publicado no Twitter do ministro em abril, ao lado de uma imagem da capa de um gibi da Turma da Mônica sobre o país asiático, em que ele escreveu imitando a fala do personagem Cebolinha, que troca a letra R pela letra L, e ironiza os chineses.
“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, ironizou Weintraub na publicação. O ministro posteriormente apagou a postagem.
O caso gerou um incidente diplomático. A embaixada da China no Brasil divulgou nota em sua conta no Twitter em que afirmou repudiar e classificou de “racista” a publicação feita pelo ministro. Weintraub, entretanto, rebateu a acusação e disse que só pediria desculpas se a China enviasse ao Brasil respiradores a preço de custo.
Na sexta-feira passada, o ministro da Educação depôs em outro inquérito do Supremo, o das fake news, após ter tornado pública a declaração dele em uma reunião ministerial de abril de que botava na cadeia todos “vagabundos”, começando pelo STF.
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