Dona da Zara já tinha rede de varejo pós-Covid antes do vírus
Antes da Covid 19, a divisão “on-line gerava cerca de 14% a 15% das vendas da Inditex e, sem dúvida, isso terá acelerado agora”, disse Richard Chamberlain (Imagem: Reuters/Rodrigo Garrido)
Algumas semanas depois de a 💥️Espanha ter declarado confinamento nacional em meados de março para combater a propagação do surto de 💥️coronavírus, a varejista de roupas Inditex começou a ficar sem produtos.
A maior varejista de moda do mundo normalmente opera com um sistema de depósito enxuto, preferindo manter a maioria dos estoques nas lojas que funcionam como centros de atendimento ao comércio eletrônico.
Dessa forma, a reposição é mais rápida, as prateleiras são reabastecidas com mais regularidade e o estoque é mantido no menor nível possível.
Mas, com cerca de 3,5 mil lojas fechadas no mundo todo, esse ciclo cuidadosamente equilibrado de mercadorias chegava ao ponto de ruptura.
Em abril, a Inditex enviou um pedido atípico aos funcionários, buscando voluntários para buscar roupas e acessórios deixados em estoques e prateleiras nas centenas de lojas Zara, Massimo Dutti e outras marcas para atender aos pedidos de comércio eletrônico.
A combinação heterodoxa de manufatura local, logística ágil e uso agressivo do comércio eletrônico ajudou a Inditex a enfrentar melhor os efeitos da paralisação global do que muitas outras varejistas.
Também ajudou a recalibrar as operações para o futuro das compras, onde máscaras, acesso limitado às lojas e distanciamento tendem a atrair consumidores para o mercado on-line em números cada vez maiores.
Embora a empresa deva divulgar o primeiro prejuízo de sua história no balanço trimestral esperado para quarta-feira, a Inditex pôde se apoiar nos negócios on-line para manter as operações funcionando, o que limitou os danos causados pela paralisação que agora começa a diminuir na Espanha e em outros lugares.
Chegou tarde
Antes da Covid 19, a divisão “on-line gerava cerca de 14% a 15% das vendas da Inditex e, sem dúvida, isso terá acelerado agora”, disse Richard Chamberlain, diretor-gerente de varejo geral europeu da RBC Capital Markets.
“A vantagem que eles têm é a de um estoque central, que distribui mercadorias para lojas algumas vezes por semana, então a ideia de enviar diretamente para pessoas do mundo inteiro é bastante fácil.”
Tendo chegado relativamente tarde à Internet, a Inditex lançou seu primeiro negócio de vestuário on-line em 2010 e expandiu a divisão digital com uma grande aposta em tecnologia associada ao seu sistema exclusivo de logística e distribuição.
Totalmente Integrado
Quando a Inditex lançou a unidade on-line de vestuário em 2010, compensou a entrada tardia aproveitando a tecnologia que lhe proporcionava uma visão mais sólida do fluxo de produtos. Dois anos antes, a Inditex havia introduzido o chamado rastreamento RFID, usando identificação por radiofrequência dentro da etiqueta de alarme que transmite dados da peça para o leitor.
A etiqueta é acionada assim que um produto entra em um centro de estoque e é desativada quando o item é vendido, fornecendo à Inditex controle exato em tempo real sobre os estoques.
“Era importante que, a partir do dia do lançamento, o on-line fosse relevante para a empresa e totalmente integrado ao restante dos negócios”, disse o presidente do conselho da Inditex, Pablo Isla, em entrevista em fevereiro. “Nós nos adaptamos muito bem ao mundo on-line porque era tudo natural. Sem o RFID, isso não seria possível e o RFID não seria possível sem pensar em alarmes.”
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