Primeiro negro à frente de Fed regional defende políticas justas
Bostic disse que analisa uma proposta para que o Fed aborde o desemprego entre negros, que ainda subia no mês passado mesmo quando a taxa geral começou a cair (Imagem: REUTERS/Jonathan Crosby)
Raphael Bostic, o primeiro presidente negro de um Fed regional na história de 106 anos do banco central, raramente falou sobre racismo nos três anos à frente do 💥️Federal Reserve de Atlanta.
Mas os eventos recentes, incluindo o assassinato de George Floyd pela polícia no mês passado, mudaram sua postura.
“As pessoas querem ter essa conversa”, disse Bostic em entrevista.
Em uma crise econômica que afeta desproporcionalmente minorias e pobres, ele disse que os formuladores de políticas precisam se posicionar contra o racismo, agir para criar mais oportunidades e incentivar outras medidas quando suas próprias ferramentas estão em falta.
Bostic disse que analisa uma proposta para que o Fed aborde o desemprego entre negros, que ainda subia no mês passado mesmo quando a taxa geral começou a cair em relação ao pico da quarentena.
Ele também está preocupado com a sobrevivência de empresas controladas por negros após a pandemia, porque “entraram nisso com menos capital e, portanto, o nível de dificuldade que enfrentarão será maior”.
Em 💥️artigo💥️ publicado no site do Fed de Atlanta na semana passada, Bostic expressou apoio ao movimento Black Lives Matter e pediu ao banco central que fizesse mais pelos menos favorecidos. “A desigualdade econômica adiciona combustível à opressão subjacente que agora guia os manifestantes”, escreveu.
O presidente do Fed, 💥️Jerome Powell, que elogiou a resposta de Bostic no depoimento do Senado na terça-feira, também citou a urgência de tornar os ganhos econômicos mais inclusivos e disse que algumas das ferramentas necessárias para essa tarefa são controladas pelo Congresso, não pelo Fed. Bostic indicou posicionamento semelhante na entrevista.
“Espero que nossos legisladores realmente enxerguem a utilidade e a importância de garantir que não vejamos danos duradouros em setores de nossa economia”, disse, observando que tem recebido muitas mensagens positivas & pelas redes sociais, e-mails, telefonemas & incentivando sua campanha pública para a inclusão.
“Espero que possamos manter o ritmo e realmente levar a América para um lugar diferente”, disse Bostic, de 54 anos.
Bostic disse que sua nova postura pública também é motivada pelo fato de as minorias enfrentarem ainda mais dificuldades do que outros grupos (Imagem: Unsplash/@koshuuu)
‘Dinâmica do poder’
Diplomas de Harvard e Stanford e décadas de conquistas profissionais & como secretário-assistente de Habitação e Desenvolvimento Urbano durante o governo Obama & não o protegeram do tipo de racismo sofrido no mês passado por um homem do Central Park: uma mulher branca chamou a polícia quando o observador de aves negro pediu que ela colocasse a coleira no cachorro.
“Isso é definitivamente algo que eu poderia encontrar amanhã, quando saio em busca de toutinegras ou pica-paus”, disse Bostic, um observador de aves que concedeu entrevista de Utah, para onde viajou com o objetivo de visitar parques nacionais. Ele disse que já foi interrogado pela polícia por estar sentado em um carro com amigos e sempre se pergunta como é percebido quando entra em lojas e restaurantes.
“A dinâmica do poder da sociedade pode deixá-lo exposto em ambientes com os quais você não pensaria que deveria se preocupar”, disse. “Eu tenho que ser cuidadoso. É uma abordagem que todo negro, e particularmente homens negros, precisam ter. É apenas uma realidade da vida nos EUA hoje.”
Ele disse que sua nova postura pública também é motivada pelo fato de as minorias enfrentarem ainda mais dificuldades do que outros grupos após o recente fim da expansão de 10 anos nos EUA.
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