Mais de 70% dos shoppings estão abertos, mas fique longe das ações do setor
Aperto: Iguatemi é a empresa que mais perdeu com o fechamento de shoppings desde a semana passada, segundo o BTG Pactual (Imagem: Reuters/Nacho Doce)
Um levantamento do 💥️BTG Pactual 💥️(BPAC11), divulgado nesta quarta-feira (24), mostra que 437 💥️shopping centers, ou 76% do total, estão abertos atualmente. Trata-se de um número ligeiramente maior que o da semana passada (433), e poderia ser ainda mais expressivo, se algumas cidades não voltassem atrás, nos últimos dias, e fechassem novamente o comércio.
É justamente a incerteza sobre a evolução da pandemia de coronavírus que leva Gustavo Cambauva e Elvis Credendio, que assinam o relatório do BTG Pactual, a recomendarem calma aos investidores. “É muito difícil prever o que acontecerá nas próximas semanas”, afirmam.
“Diante desse cenário incerto, mantemos nossa postura mais cautelosa em relação ao setor de shopping centers”, acrescentam.
Vai-e-vem
A dupla lista alguns motivos para não se empolgar com a reabertura dos centros de compra. O primeiro e mais óbvio é que ninguém sabe como a pandemia vai evoluir. A crescente migração dos casos das capitais para o interior do país já levou prefeituras de grandes cidades a decretar, novamente, o fechamento das atividades não-essenciais.
Os analistas observam que a taxa de ocupação de leitos de UTI é um parâmetro importante, mas insuficiente para determinar se as autoridades irão relaxar ou recrudescer as medidas de isolamento social. Eles lembram que muitos municípios têm adotado uma postura mais cautelosa, com base no aumento do número de contágios e não no da ocupação da UTI.
Para as operadoras de shopping listadas da 💥️B3 e cobertas pelo BTG Pactual, o saldo do abre-e-fecha de estabelecimentos é negativo, quando comparado à semana passada. Das empresas, o 💥️Iguatemi 💥️(IGTA3) foi o mais afetado.
Multiplan: favorita do BTG, devido ao portfólio de shoppings sofisticados (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)
Na última semana, as unidades abertas respondiam por 97% de sua receita operacional líquida (NOI, na sigla em inglês). Com o fechamento dos estabelecimentos em Campinas e Sorocaba, no interior paulista, o percentual baixou para 69%.
Problemas futuros
No caso da 💥️Multiplan 💥️(MULT3), a perda foi menor: recuou de 74% para 71%. A 💥️BR Malls 💥️(BRML3) perdeu 5 pontos percentuais, e agora está com 70%. A 💥️Aliansce Sonae 💥️(ALSO3) recuou 9 pontos, para 67%. Na média geral, os analistas destacam que as empresas cobertas convergiram para uma faixa mais estreita de NOI, entre 67% e 71%, ante os 74%-97% da última semana.
Além da perda de faturamento causada pelos estabelecimentos fechados atualmente, o BTG Pactual afirma que há motivos para se preocupar também com a reabertura. “Achamos que a mortalidade dos varejistas será alta, e as operadoras terão dificuldades em cobrar o aluguel nos próximos meses”, diz o banco.
Assim, o BTG Pactual recomenda que os investidores sejam bastante seletivos com as ações do setor. E, para quem quiser uma dica, o banco sublinha que a Multiplan é a sua favorita (top pick), devido ao portfólio de shoppings AAA.
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