Em carta a governo, empresários cobram combate a desmatamento; veja a íntegra

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É a primeira vez que vários setores empresariais se reúnem para declarar claramente a preocupação as ações do governo na área ambiental (Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

Em carta ao vice-presidente, 💥️Hamilton Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia Legal, 38 grandes empresas nacionais e estrangeiras pediram providências urgentes contra o desmatamento ilegal e alertaram contra o impacto que a questão ambiental tem na imagem e nos negócios do 💥️Brasil no exterior.

“Particularmente, esse grupo acompanha com maior atenção e preocupação o impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na 💥️Amazônia. Essa percepção negativa tem um enorme potencial de prejuízo para o 💥️Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país”, disse a carta assinada por CEOs de empresas que incluem a 💥️Ambev (💥️ABEV3), os bancos 💥️Bradesco (💥️BBDC4) e 💥️Itaú (💥️ITUB4), 💥️Microsoft, 💥️Cargill, entre outras.

O texto inclui empresas de ramos diversos e é a primeira vez que vários setores empresariais se reúnem para declarar claramente a preocupação com a possibilidade concreta de que as ações do 💥️governo na 💥️área ambiental terminem por prejudicar os negócios brasileiros.

Como mostrou a 💥️Reuters, sete grandes empresas de investimento europeias afirmaram que desinvestirão em produtores de carne, operadoras de grãos e até em títulos do governo do Brasil se não virem progresso rumo a uma solução para a destruição crescente da Floresta Amazônica.

Além disso, cerca de 30 instituições financeiras, com 3,7 trilhões de dólares em ativos, afirmaram que, sem a contenção do desmatamento, o Brasil enfrentará a dúvida dos investidores em colocar recursos no país.

O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu uma máxima de 11 anos em 2023, o primeiro ano de Bolsonaro no cargo, e aumentou outros 34% nos cinco primeiros meses de 2023, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (💥️Inpe).

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O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu uma máxima de 11 anos em 2023 (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O tom da carta dos empresários, no entanto, é menos de cobrança e mais de oferta de apoio. As empresas lembram que algumas já fazem trabalham com o que chamam de bioeconomia, inclusive na Amazônia, e podem colaborar

“De um lado, entendemos que é possível dar escala às boas práticas a partir de políticas consistentes de fomento à agenda ambiental, social e de governança. De outro, é necessário adotar rigorosa fiscalização de irregularidades e crimes ambientais na Amazônia e demais biomas brasileiros”, diz o texto.

Às ameaças de investidores, somam-se os sinais crescentes de má vontade dos países da União Europeia com o acordo comercial Mercosul-UE. Diversos países já aprovaram moções ou planejam rejeitar o acordo alegando as más práticas ambientais brasileiras.

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Diversos países já aprovaram moções ou planejam rejeitar o acordo alegando as más práticas ambientais brasileiras (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

“Temos a oportunidade única, os recursos e o conhecimento para dar escala às boas práticas e, mais do que isso, planejar estrategicamente o futuro sustentável do Brasil. Precisamos fazer as escolhas certas agora e começar a redirecionar os investimentos para enfrentamento e recuperação da economia brasileira em um modelo de economia circular, de baixo carbono, e inclusiva, em que não há controvérsias entre produzir e preservar”, diz o texto.

Veja a íntegra da carta:

“Neste momento, em que enfrentamos uma situação extrema, extraordinária e excepcional, é muito importante manter a serenidade e o equilíbrio para que possamos superar e sair fortalecidos dos desafios que se apresentam. Em nenhum momento da história o futuro da humanidade e do planeta dependeu tanto da nossa capacidade de entendimento de que vivemos em um único planeta e de que a nossa sobrevivência está diretamente ligada à preservação e valorização dos seus recursos naturais.

Os impactos sociais e econômicos causados em escala global e de forma inédita pela pandemia da COVID-19 nos advertem que a consumação de riscos associados à quebra do equilíbrio ecossistêmico traz consequências devastadoras quando negligenciados, tal como vem ocorrendo com o risco climático apontado pelo Fórum Econômico Mundial ano após ano, desde 2012.

Cientes disso, o setor empresarial brasileiro, por meio de instituições e empresas dos setores industrial, agrícola e de serviços, vêm hoje reafirmar seu compromisso público com a agenda do desenvolvimento sustentável.

Particularmente, esse grupo acompanha com maior atenção e preocupação o impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia. Essa percepção negativa tem um enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país.

Nesse contexto, esse grupo coloca-se à disposição do Conselho da Amazônia para contribuir com soluções que tenham foco nos seguintes eixos:

Algumas das empresas signatárias já desenvolvem soluções de negócios que partem da bioeconomia, com valor agregado e rastreabilidade dos produtos, inclusive, na Amazônia. De um lado, entendemos que é possível dar escala às boas práticas a partir de políticas consistentes de fomento à agenda ambiental, social e de governança. De outro, é necessário adotar rigorosa fiscalização de irregularidades e crimes ambientais na Amazônia e demais biomas brasileiros.

Temos a oportunidade única, os recursos e o conhecimento para dar escala às boas práticas e, mais do que isso, planejar estrategicamente o futuro sustentável do Brasil. Precisamos fazer as escolhas certas agora e começar a redirecionar os investimentos para enfrentamento e recuperação da economia brasileira em um modelo de economia circular, de de baixo carbono, e inclusiva, em que não há controvérsias entre produzir e preservar. Em nosso entendimento, esse é o melhor caminho para fincarmos os alicerces do país para as próximas gerações. Caso contrário, corremos o risco de ficarmos à margem da nossa própria história”.

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