Confiança do consumidor sobe 1,4 pontos em agosto, indica FGV
Os consumidores de renda baixa registram queda da confiança e parecem agora projetar maiores dificuldades nos próximos meses (Imagem: Agência Brasil/Tânia Rêgo)
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,4 ponto em agosto e atingiu 80,2 pontos, m uma escala de zero a 200 pontos. Isso significa que voltou ao mesmo nível de março deste ano, quando a pandemia do novo 💥️coronavírus começou a impactar a 💥️economia.
Nas médias móveis trimestrais, a alta ficou em 6,0 pontos. As informações foram divulgadas hoje (24) pela 💥️Fundação Getulio Vargas (💥️FGV).
Na análise por faixas de renda, o ICC mostrou que houve queda de confiança nas faixas de renda extremas e alta nas faixas intermediárias.
Os consumidores de menor poder aquisitivo, apontaram piora relacionada à falta de perspectivas sobre 💥️emprego e melhora da situação financeira familiar, o que influencia diretamente o 💥️consumo.
Já nos consumidores com maior poder aquisitivo, também há recuo na intenção de compras de bens duráveis, o que, de acordo com a FGV, pode estar relacionado com o alto nível de incerteza do período.
Para a coordenadora das Sondagens da FGV, Viviane Seda Bittencourt, a tímida alta da confiança dos consumidores em agosto representa uma desaceleração no ritmo da recuperação iniciada em maio. O que é um reflexo do quadro de grande incerteza.
Os consumidores de menor poder aquisitivo, apontaram piora relacionada à falta de perspectivas sobre emprego (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)
Na visão dela, o resultado de agosto expõe também uma expressiva heterogeneidade entre as classes de renda.
“Os consumidores de renda baixa registram queda da confiança e parecem agora projetar maiores dificuldades nos próximos meses, o que pode estar relacionado ao fim dos pagamentos de auxílio emergencial. Os consumidores de maior poder aquisitivo, estão menos satisfeitos com o momento e preferindo poupar a consumir”, apontou.
Segundo a coordenadora, no mês, a confiança dos consumidores de classes intermediárias segue a tendência de recuperação. “Os movimentos distintos mostram que não apenas o impacto, mas a velocidade de reação pode ser diferente entre os agentes econômicos e devem ser analisadas com atenção”, completou.
Conforme o ICC, a satisfação dos consumidores em relação à situação atual permaneceu relativamente estável, ao contrário das expectativas que avançaram pelo terceiro mês consecutivo, apesar da forte desaceleração nesse mês.
Já o Índice da Situação Atual (ISA) cresceu 0,5 ponto e atingiu 71,5 pontos. Esse nível ainda é historicamente muito baixo, ao mesmo tempo em que o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,0 pontos, chegando a 87,1 pontos, sendo o melhor resultado desde fevereiro, quando registrou 93,2 pontos.
Esse foi o resultado do último mês antes do início da pandemia no 💥️Brasil.
Atual
O indicador que mede o otimismo com relação às finanças familiares subiu 1,4 ponto e atingiu para 91,1 pontos (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)
O indicador que mede a satisfação atual dos consumidores com a economia atingiu 75,1 pontos, o que representa alta de 1,2 ponto.
Já o indicador que mede a satisfação com a situação financeira familiar teve recuo de 0,3 ponto, para 68,4 pontos. Segundo a FGV, os dois quesitos seguem registrando valores próximos aos respectivos mínimos históricos.
Futuras
Nas perspectivas futuras, embora o indicador tenha mostrado aumento no otimismo dos consumidores, isso se deu em menor ritmo na comparação com os meses anteriores.
O índice que mede as expectativas dos consumidores com relação à economia variou 0,2 ponto, passando para 111,7 pontos, o que representa relativa estabilidade. É maior nível desde fevereiro quando ficou em 116,9 pontos.
Ainda em relação à economia, o indicador que mede o otimismo com relação às finanças familiares subiu 1,4 ponto e atingiu para 91,1 pontos.
Foi a quarta alta consecutiva. No entanto, foi o quesito que mede o ímpeto de compras de bens duráveis que deu a maior contribuição para a alta do ICC em agosto. Ele teve elevação de 4,3 pontos, passando para 60,3 pontos, o maior valor desde fevereiro de 2023. Lá ficou em 64,3 pontos.
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