Dólar dispara a R$ 5,73 em meio à aversão a risco e Banco Central faz leilão à vista

Dólar

Investidores recorrem à “segurança” do dólar em tempos de volatilidade e incerteza  (Imagem: Reuters/Dado Ruvic)

O 💥️dólar encostou em 5,80 reais nesta quarta-feira e levou o 💥️Banco Central a intervir no 💥️mercado de câmbio com venda de moeda à vista, o que ajudou a arrefecer apenas levemente a alta da 💥️moeda norte-americana nesta manhã.

A disparada do dólar foi resultado da busca por segurança dos investidores 💥️em meio à forte disseminação da Covid-19 em grandes economias e à aproximação da eleição presidencial norte-americana, enquanto o cenário local refletia expectativa para a reunião de decisão de juros do 💥️Copom.

Depois que o BC vendeu mais de 1 bilhão de dólares em moeda à vista, às 11:15 (💥️horário de Brasília) o dólar (💥️USDBRL) avançava 0,57%, a 5,7355 reais na venda.

Mais cedo, na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a 5,7933 reais, seu maior valor desde 18 de maio, data em que chegou a superar a marca de 5,80.

O dólar futuro negociado na B3 subia 0,46%, a 5,7335 reais.

Esta quarta-feira era marcada por uma onda de cautela nos 💥️mercados internacionais, com o dólar subindo cerca de 0,5% contra uma cesta de moedas fortes, enquanto todos os principais pares do real operavam em queda.

Mercados Europa DAX

Explosão de casos de Covid-19 na Europa preocupa investidores traumatizados pela 1° onda (Imagem: Reuters/Kai Pfaffenbach)

Segundo nota do time econômico da 💥️Guide Investimentos, colaborando para a venda de ativos mais arriscados, “a agressiva segunda onda de 💥️coronavírus na Europa e a piora do quadro nos EUA adicionam forte incerteza a um ambiente que já conta com forte volatilidade em função da proximidade das 💥️eleições presidenciais nos 💥️Estados Unidos.

Entre os investidores, o principal temor diante de uma segunda onda da doença é a reimposição de lockdowns nas principais economias, que poderia minar uma frágil recuperação global diante do tombo causado pela pandemia. A 💥️França e a 💥️Alemanha, duas gigantes europeias, já consideravam a adoção de novas restrições à atividade.

Nos Estados Unidos, o cenário continuava nebuloso antes das acirradas eleições presidenciais, disputadas pelo atual presidente, 💥️Donald Trump, e seu adversário democrata, 💥️Joe Biden, enquanto a Casa Branca e o Congresso norte-americano continuam sem um acordo para mais medidas de auxílio fiscal, consideradas essenciais para a recuperação do 💥️emprego e da atividade empresarial nos Estados Unidos.

Por aqui, o foco dos investidores brasileiros recaía sobre a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que será concluída nesta quarta-feira, após o fechamento dos mercados domésticos. A expectativa é de que o Copom mantenha a taxa 💥️Selic em sua mínima histórica de 2%.

O patamar extremamente baixo da taxa básica de juros tem sido apontado como um dos principais fatores para a desvalorização do 💥️real no ano de 2023, uma vez que afeta a rentabilidade de ativos locais atrelados à Selic. Um cenário fiscal e econômico incerto tem aprofundado ainda mais as preocupações domésticas.

“Percebemos que o Brasil saiu do radar do exterior já há algum tempo. Não temos juros, não temos perspectiva de crescimento de médio prazo factível”, disse à 💥️Reuters Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon. “A ‘cereja do bolo’ é o Copom, com sinais de que não haverá aumento de juros tão cedo.”

Banco Central BCB

A expectativa é de que o Copom mantenha a taxa Selic em sua mínima histórica de 2% (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Na véspera, o dólar spot teve alta de 1,25%, a 5,6825 reais, seu maior patamar para encerramento desde 20 de maio (5,6902).

Além da intervenção extraordinária com moeda spot, o Banco Central anunciou para este pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2023.

Segundo 💥️Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, o BC tem apresentado estratégias pouco eficientes de intervenção no mercado de câmbio, evitando adoção de medidas como a venda de novos swaps para evitar passar uma imagem de preocupação com o cenário.

Em relação ao leilão à vista deste pregão, Nehme opinou que “é só uma sinalização de que o BC está atento. Você só age com o mercado a vista quando há um fluxo muito negativo.”

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