Volatilidade do real ofusca ganhos de setor de pesticidas

Moeda, Real, Dinheiro

Agricultores brasileiros vão gastar US$ 12 bilhões em pesticidas que serão aplicados nas lavouras em 2023, cerca de 12% a menos do que no ano anterior, disse Garcia em entrevista por telefone (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

As fortes oscilações do real afetam as margens de lucro de fabricantes de pesticidas com operação no 💥️Brasil.

O setor de defensivos agrícolas do país depende de matéria-prima importada & cotada em dólares & para fabricar inseticidas, herbicidas e fungicidas.

Esses produtos são vendidos em reais meses depois aos agricultores, que pagam apenas após a colheita. Essa prática expõe o setor ao risco cambial e, neste ano, empresas enfrentam dificuldades para se proteger totalmente contra as oscilações do real.

“Não esperávamos tal desvalorização da moeda neste ano”, disse Julio Borges Garcia, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), que inclui produtores globais como Syngenta, Bayer e BASF. “Nossa visão era de uma taxa de câmbio mais estável.”

Fabricantes de produtos químicos agrícolas agora se preparam para receitas menores em dólares neste ano, apesar do aumento do volume vendido a agricultores em um mercado-chave para o setor. O Brasil ocupa o terceiro lugar, depois da China e dos EUA, em termos de uso de pesticidas, 💥️de acordo com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Agricultores brasileiros vão gastar US$ 12 bilhões em pesticidas que serão aplicados nas lavouras em 2023, cerca de 12% a menos do que no ano anterior, disse Garcia em entrevista por telefone. A queda ocorre apesar da maior área cultivada.

A área plantada no país que utiliza agrotóxicos deve aumentar 6,5% neste ano, para 1,66 bilhão de hectares, segundo estudo encomendado pelo Sindiveg. O aumento das áreas cultivadas e o uso adicional de pesticidas por agricultores para combater ervas daninhas, doenças e insetos geram maiores volumes de vendas, disse Garcia.

Margens reduzidas

As margens de lucro do setor acumulam queda de 15% no ano até setembro em relação ao mesmo período de 2023, pois as empresas não puderam repassar totalmente os custos mais elevados aos consumidores, de acordo com Garcia.

O setor começa a se preocupar com a temporada 2023-22, pois os agricultores, temendo novos aumentos de preços, aceleram o ritmo de compras, disse.

Os produtores, que costumam iniciar as compras em dezembro ou janeiro, já compraram até 10% dos agrotóxicos para as lavouras que serão plantadas por volta de setembro do próximo ano, disse.

O cenário para a atual temporada pode ser parcialmente amortecido se o dólar recuar até março do ano que vem, quando os agricultores fazem os pagamentos.

“Vemos alguma recuperação do real, embora não tanto quanto esperávamos alguns meses atrás”, disse Garcia.

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