Dólar fica estável após vaivém na sessão e acumula alta de 1,6% na semana
O real viu elevação de volatilidade implícita na semana (Imagem: REUTERS/Thomas White)
O 💥️dólar fechou perto da estabilidade ante o real nesta sexta-feira, mas não sem antes exibir gangorra similar à dos últimos dias, ao fim de uma semana em que a moeda acumulou valorização em meio a aumento de volatilidade.
O dólar à vista registrou variação negativa de 0,07% nesta sexta, para 5,4754 reais. Ao longo do pregão, a divisa oscilou entre 5,527 reais (+0,87%) e 5,4506 (-0,52%).
Na semana, a cotação subiu 1,58%, devolvendo parte do tombo de 6,07% da semana anterior, quando ocorreram as eleições norte-americanas.
O real viu elevação de volatilidade implícita na semana, saindo de 16,6% para 18,2%. Dentre as principais divisas emergentes, apenas a combalida lira turca exibiu maior instabilidade.
O dólar bateu as máximas desta sexta por volta de 13h e, desde então, passou a perder força, em movimento similar ao visto pelo índice da divisa norte-americana no exterior.
Mas o real seguiu atrás de vários de seus pares neste pregão, a exemplo de dias anteriores, afetado pelo aumento de receios fiscais no 💥️Brasil e pela contínua demanda por dólares para desmonte de operações de “overhedge”.
O real caiu cerca de 1,6% ante o peso mexicano apenas nesta sessão e, na semana, recuou 2,75%. A comparação da moeda brasileira com a mexicana é vista como um bom termômetro da avaliação de investidores internacionais sobre o câmbio doméstico. O real segue próximo de mínimas em mais de 16 anos contra o peso.
Um dos pontos cruciais contra o câmbio é de ordem fiscal, com o mercado ainda receoso sobre o futuro do teto de gastos e frustrado com a lentidão da agenda de reformas econômicas.
Citando justamente problemas relacionados às contas públicas, o Itaú Unibanco elevou nesta sexta-feira de 4,50 reais para 5,00 reais o prognóstico para a taxa de câmbio nominal ao fim de 2023.
Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que o desalinhamento negativo da taxa de câmbio no Brasil voltou a aumentar no fim do terceiro trimestre e a ficar entre os maiores já vistos nos últimos anos.
“A persistência do desalinhamento frente a uma melhora consistente dos fundamentos ao longo de 2023 nos leva a reiterar que a desvalorização do real tem sido ocasionada principalmente por fatores de risco relacionados tanto à pandemia quanto à situação fiscal”, disse Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo da FGV (FGV EESP) e um dos autores do estudo, de divulgação trimestral.
Além do tema fiscal, a pressão sobre o câmbio tem se mantido diante da demanda por dólares decorrente de ajustes no “overhedge” proteção cambial adicional adotada por bancos e cuja eficiência foi colocada em xeque diante de mudanças, anunciadas neste ano, em regras tributárias.
Essa correção pode implicar compra de no mínimo 15 bilhões de dólares até o fim do ano, segundo cálculos de algumas instituições financeiras.
“A compra de dólar futuro hoje é antecipação de zeragem de ‘overhedge’. Por isso o DI está, ainda, bem-comportado, assim como a bolsa”, comentou Vitor Péricles, economista e sócio-gestor da LAIC-HFM Gestão de Recursos.
O dólar futuro, cujas operações encerram às 18h15, subia 0,26% às 17h06, para 5,4760 reais.
As taxas de DI caíram cerca de 4 pontos-base nesta sessão, e o Ibovespa saltava 1,9% a cerca de uma hora do fechamento no mercado à vista.
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