Dólar abandona queda e fecha em leve alta ante real com apreensão sobre coronavírus

Dólar

Na máxima, alcançada pouco antes das 16h30, a cotação foi a 5,3492 reais, alta de 0,29% (Imagem: Pixabay)

O 💥️dólar não sustentou a firme queda de mais cedo e fechou em ligeira alta contra o real nesta quarta-feira, em sintonia com a piora do sentimento de risco de investidores no exterior conforme a disparada de casos de 💥️Covid-19 nos 💥️Estados Unidos e altos números na 💥️Europa elevam receios sobre impactos econômicos da pandemia.

Os mercados mostraram deterioração no fim da tarde depois da notícia de que a cidade de Nova York decidiu voltar a fechar escolas públicas para conter a disseminação do coronavírus, em um contexto de recordes de casos diários nos Estados Unidos e de altos números na Europa.

O dólar à vista teve variação positiva de 0,07%, a 5,3372 reais na venda, bem longe da mínima do dia, de 5,2745 reais (-1,11%), atingida no fim da manhã.

Na máxima, alcançada pouco antes das 16h30, a cotação foi a 5,3492 reais, alta de 0,29%.

Outros ativos de risco mostraram piora. O principal índice das ações brasileiras caía 0,7% no fim da tarde, enquanto o 💥️S&P 500 (💥️SPX), em 💥️Wall Street, cedia cerca de 0,3%, após subir também 0,3% no melhor momento do dia.

“Temos a chance da 💥️vacina, mas nem de longe temos data clara sobre quando começará a vacinação. Isso tira capacidade de projetar em que medida no ano que vem ainda estaremos tendo de lidar com riscos de restrições econômicas”, disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

A Pfizer anunciou que os resultados finais do teste em estágio avançado de sua vacina contra a Covid-19 mostraram que ela é 95% eficaz. A notícia veio depois de a farmancêutica Moderna Inc divulgar dados preliminares para sua vacina, os quais revelaram 94,5% de eficácia.

As chances de desdobramentos econômicos da pandemia ainda em 2023 no Brasil seguem no radar, com o mercado atento a riscos de permanência de gastos emergenciais, o que prejudicaria a já frágil situação fiscal do Brasil.

💥️Já perto do fechamento do dólar à vista, a agência de classificação de risco Fitch reafirmou o rating “BB-” de crédito soberano brasileiro, mas manteve a perspectiva negativa, o que sinaliza riscos de rebaixamento da nota à frente, num ambiente de incerteza política doméstica e ressurgimento global das infecções pelo coronavírus.

Mais cedo, o dólar chegou a cair mais de 1% enquanto o mercado monitorava declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra.

Ele afirmou que o BC está preparado para atuar no câmbio caso o mercado não seja capaz de absorver o volume elevado de recursos relacionados ao desmonte de posições de “overhedge” dos bancos esperado para o término do ano, que pode implicar compras de cerca de 15 bilhões de dólares concentradas no fim de dezembro.

A fala do diretor se conecta com sinalização emitida pelo BC na última segunda-feira sobre chances de realização de ofertas líquidas de swap cambial para fazer frente a esse montante de aquisição de dólares.

Em 6 de novembro, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, já havia dado indicação semelhante. Na ocasião, ele afirmou que a autoridade monetária deveria atuar no final do ano no mercado de câmbio em função de grande fluxo esperado no país pela questão do “overhedge” dos bancos.

No mesmo dia, contudo, o BC divulgou nota afirmando que não antecipa decisões sobre intervenções nos mercados financeiros.

O “overhedge” é uma proteção cambial adicional adotada por bancos e que deixou de ser interessante diante de mudanças, anunciadas neste ano, em regras tributárias. Desfazer o “overhedge” implica compra de dólares, movimento que tem ocorrido desde os primeiros meses do ano e respaldado parte da alta de 33% do dólar neste ano.

Apesar das incertezas, alguns gestores têm melhorado as perspectivas para real. Pesquisa do Bank of America com gestores de fundos da América Latina mostrou que 49% dos que responderam esperam que a moeda brasileira tenha desempenho superior a seus pares dentro de seis meses, maior porcentagem dentre os rivais.

Uma fatia de 65% vê o dólar abaixo de 5,30 reais ao fim do ano (contra 27% da sondagem do mês passado) e 45% veem a divisa norte-americana até abaixo de 5,10 reais.

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