Gestores da SPX e da Kapitalo abrem suas apostas em câmbio, juros, inflação e ações
Miopia: para Xavier, da SPX (foto maior), mercado prefere ignorar os problemas fiscais e operar só o curto prazo (Imagem: Reprodução/ Empiricus)
Para abrir este terceiro dia do evento 💥️Investidor 3.0, 💥️Felipe Miranda, da 💥️Empiricus Research, e 💥️Jojo Wachsmann, da 💥️Vitreo, conversaram com os gestores Rogério Xavier, da💥️ SPX Capital, e Carlos Woelz, da 💥️Kapitalo, sobre as expectativas para o Brasil e a alocação em suas carteiras.
Rogério Xavier, da SPX, traçou um cenário bastante crítico da economia e da política brasileiras. Para o gestor, o governo não dá sinais de que pretende atacar, seriamente, o rombo nas contas públicas. E, para piorar, o que chega de Brasília vai na direção oposta, a do aumento de gastos.
“Eu, como carregador de títulos do governo, não vejo o ministro [💥️Paulo Guedes, da Economia] tomar atitudes que me assegurem que vou receber pelos meus bonds”, afirmou Xavier.
Dicotomia
Ele acrescenta que parte do mercado também prefere ignorar os problemas, o que causa uma dicotomia no mercado.
De um lado, estão os mercados futuros que sinalizam para uma inflação de 5% e juros de 9% ao ano. De outro, estão os investidores da Bolsa, impulsionando o preço dos papéis, com base nos avanços das vacinas contra a Covid-19.
Para Xavier, é impossível que as duas apostas estejam corretas ao mesmo tempo. E, se tiver que dar um veredicto, o gestor da SPX Capital fica ao lado dos mercados futuros, contra a Bolsa. “A performance da Bolsa é frágil; com uma relação de risco/retorno duvidável”, disse.
Por isso, o gestor montou posições compradas na parte mais curta da curva de juros futuros. Também está comprado em inflação, porque “ela vai estourar”. A SPX não possui posições no mercado de dólar. Além disso, as ações em sua carteira são de empresas estrangeiras, e não do Brasil.
Foco em exportadoras
Já Woelz, da Kapitalo, disse que sua posição é levemente comprada em Bolsa, mas com uma observação importante. No balanceamento da carteira de ações, a gestora está mais vendida em papéis que dependem da retomada da economia brasileira, e mais comprada em empresas com exposição ao mercado externo, como as exportadoras.
“A lucratividade dessas empresas está aumentando muito”, afirmou Woelz. “Temos uma certa preferência por empresas que se beneficiam com a saída de capital do Brasil”, acrescentou. O gestor também está zerado em posições de câmbio.
O Investidor 3.0 é um evento promovido pela Empiricus e pela Vitreo. Durante toda a semana, painéis discutirão as principais questões do mundo dos investimentos, empreendedorismo e economia, sempre com a participação de grandes nomes dessas áreas.
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