Por que muitos países asiáticos adotam cautela para vacinas
Governos de países como Japão, Austrália, Hong Kong e Coreia do Sul estão levando mais tempo para conceder aprovações regulatórias para vacinas (Imagem: Reuters/Thomas Peter)
Os países que foram mais rápidos em estabelecer o distanciamento social e sistemas de rastreamento de contato mantiveram a Covid-19 sob controle, mas seus cidadãos agora estão atrás na corrida de vacinação para finalmente acabar com a pandemia que matou milhões de pessoas.
Governos de países como 💥️Japão, 💥️Austrália, 💥️Hong Kong e 💥️Coreia do Sul estão levando mais tempo para conceder aprovações regulatórias para 💥️vacinas, em total contraste com países ocidentais que se apressaram em inocular as populações.
Essa abordagem cautelosa pode parecer estranha, dada a urgência de retomar a vida normal, mas, com as baixas taxas de infecção, governos asiáticos podem esperar para observar como as iniciativas de vacinação sem precedentes evoluem em outros lugares. Ainda assim, a estratégia pode deixá-los em desvantagem econômica em relação a países que falharam no controle, mas aceleraram a vacinação.
Na 💥️Nova Zelândia, que ocupa o primeiro lugar no ranking de resiliência da Covid da Bloomberg com as principais economias que melhor combateram a pandemia, o principal partido da oposição pediu que a primeira-ministra Jacinda Ardern explicasse por que o país “ficou para trás em relação ao resto do mundo com o programa de vacinas”. Na Coreia do Sul, um editorial do jornal Hankyoreh afirmou: “não podemos pedir para sempre às pessoas que parem suas vidas e carreguem o fardo econômico”.
Mas autoridades defendem o ritmo como a abordagem mais segura. “Não é uma coisa ruim esperar e ver como os outros estão fazendo”, disse Lam Ching-choi, médico e membro do Conselho Executivo que aconselha a líder de Hong Kong. “Sou totalmente empático onde eles não têm esse luxo e precisam fazer isso da maneira mais rápida para matar a epidemia.”
Os asiáticos não querem que uma vacinação com falhas mine a confiança do público nas vacinas (Imagem: Dado Ruvic/REUTERS)
Hong Kong, atualmente com algumas dezenas de casos de Covid-19 por dia e com um total de 161 mortes desde o início da pandemia, ainda não aprovou nenhuma vacina, pois aguarda dados de ensaios clínicos mais detalhados antes de uma campanha de vacinação planejada para começar em fevereiro.
A 💥️Austrália, que fechou sua fronteira para não residentes quando a pandemia começou e decreta rígidos lockdowns quando surgem casos, espera aprovar a vacina desenvolvida pela 💥️Pfizer e 💥️BioNTech até o final de janeiro e o imunizante da 💥️AstraZeneca no próximo mês, com a vacinação também com início em fevereiro.
Em contraste, 💥️EUA e 💥️Reino Unido já administraram quase 14 milhões de vacinas no total após aprovações aceleradas no mês passado, enquanto 💥️Israel administrou 2 milhões de doses, ou 22 vacinas a cada 100 pessoas.
Confiança
Outra razão para agir mais devagar do que os desesperados países ocidentais é que os asiáticos não querem que uma vacinação com falhas mine a confiança do público nas vacinas, potencialmente colocando em risco a capacidade de inocular uma porcentagem suficiente da população para a imunidade de rebanho.
Isso é particularmente importante entre as populações asiáticas, onde a confiança nas vacinas já é baixa. Uma 💥️pesquisa do Fórum Econômico Mundial-Ipsos sobre atitudes globais para vacinas contra a Covid-19 revelou que a porcentagem de entrevistados que concordaram em tomar uma vacina caiu até 9 pontos percentuais de outubro a dezembro em países como Coreia do Sul e Japão, que agora registra um número recorde de novos casos e deve iniciar a vacinação no final de fevereiro.
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