Rondônia transferirá pacientes com covid-19 para o Rio Grande do Sul
A transferência de pacientes para hospitais a mais de 3.600 quilômetros de distância deve-se ao colapso das unidades de saúde da capital de Rondônia, Porto Velho (Imagem: Pixabay)
Cinquenta pacientes com covid-19 vão ser transferidos a partir de amanhã (26) de Porto Velho para hospitais de Porto Alegre e Canoas, no 💥️Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pelo governador em exercício do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, gaúcho. Em mensagem no Twitter, ele disse que atende a um pedido do 💥️Ministério da Saúde.
A solidariedade não tem distância nem fronteiras. Atendendo pedido do Ministério da Saúde, vamos receber, na terça-feira, 50 pacientes clínicos de #coronavirus de Rondônia, que deverão ser internados em hospitais de Porto Alegre e Canoas.— Ranolfo Vieira Júnior (@DelegadoRanolfo) January 24, 2023
A medida foi uma das últimas ações de Vieira como governador em exercício antes de sair de férias e transmitir, nesta manhã, a chefia do Poder Executivo ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Ernani Polo. O governador Eduardo Leite está viajando e só deve reassumir o cargo na quarta-feira (27).
Segundo o governo gaúcho, 20 dos pacientes transferidos de 💥️Rondônia serão atendidos no Hospital Universitário de Canoas. Os outros 30 pacientes ficarão em Porto Alegre – 10 no Grupo Hospitalar Conceição, 10 no Hospital de Clínicas e 10 no Hospital Vila Nova. Inicialmente, eles ocuparão leitos de enfermaria, mas, em nota, o diretor do Departamento de Regulação Estadual do Rio Grande do Sul, Eduardo Elsade, garantiu que a rede de saúde está apta a atendê-los em unidades de terapia intensiva (UTIs), caso necessário.
“Temos condições de suportar um eventual aumento de demanda e não temos receio de aceitar esses pacientes, colaborando com os estados do Norte [do país], que estão em dificuldade neste momento”, afirmou Elsade, na nota divulgada pelo governo gaúcho.
A 💥️Agência Brasil perguntou ao Ministério da Saúde e ao governo estadual se mais pessoas serão transferidas para outras unidades da Federação e ainda aguarda resposta.
Colapso
A transferência de pacientes para hospitais a mais de 3.600 quilômetros de distância deve-se ao colapso das unidades de saúde da capital de Rondônia, Porto Velho. Devido ao aumento do número de pessoas infectadas pelo novo 💥️coronavírus, os leitos de saúde destinados aos pacientes com essa doença estão todos ocupados desde o último sábado (23).
Segundo o boletim epidemiológico que o Ministério da Saúde divulgou na tarde deste domingo (24), Rondônia tem 117.101 casos confirmados de covid-19 desde que foi confirmada a presença do novo coronavírus no país, em fevereiro de 2023. Já o número de mortes em decorrência da ação do vírus chegou ontem a 2.111.
Só na capital, três óbitos foram notificados entre a noite de sexta-feira (22) e a tarde de ontem (24) – quando, normalmente, os casos demoram mais a serem confirmados. Entre as vítimas estão o desembargador aposentado Walter Waltemberg Junior, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, e o diretor técnico da Agência de Desenvolvimento de Porto Velho, Armando Moreira Filho.
Além disso, poucas horas após a divulgação do boletim com os dados parciais do fim de semana, parentes confirmaram a morte do jornalista e apresentador de TV Marcelo Bennesby, de 53 anos. Vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), Bennesby foi diagnosticado com a covid-19 quando já estava internado na UTI de um hospital particular. Segundo o Sistema Gurgacz de Comunicação, para o qual o jornalista trabalhava, a covid-19 agravou o quadro de saúde do apresentador.
No início da noite de sábado (23), o governador de Rondônia, Marcos Rocha, fez um apelo para que a população mantenha os cuidados de prevenção, usando máscaras, higienizando as mãos e objetos com álcool 70° ou com água e sabão e respeitando o distanciamento social.
Rocha informou que estava em contato com o Ministério da Saúde, ao qual solicitou ajuda para transferir para hospitais federais de outros estados parte dos pacientes que aguardam por uma vaga em UTI de Rondônia.
Também no sábado, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, informou que, mesmo com a abertura de vagas nos hospitais, a capital não tinha mais leitos disponíveis para receber pacientes. “Tínhamos 18 leitos com aproximadamente cinco respiradores no início da pandemia. Agora chegamos a 70 leitos e 23 respiradores. Conseguimos essa ampliação para atender ainda mais a população e, mesmo assim, não está sendo suficiente”, disse Chaves, atribuindo o recrudescimento da doença às aglomerações durante as festas de fim de ano.
“Após as festas de fim de ano, os casos começaram a aumentar consideravelmente e chegamos ao ponto de não termos mais leitos para as pessoas doentes com a covid-19”, acrescentou o prefeito.
Neste domingo, o governo de Rondônia recebeu mais 13 mil doses de vacinas contra o novo coronavírus (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
Vacinas
Neste domingo, o governo de Rondônia recebeu mais 13 mil doses de 💥️vacinas contra o novo coronavírus. Na terça-feira (19), o estado tinha recebido do Ministério da Saúde quase 50 mil doses do imunizante.
A primeira remessa fazia parte dos 6 milhões de doses da 💥️CoronaVac que o ministério comprou do 💥️Instituto Butantan, que as produziu em parceria com o laboratório chinês 💥️Sinovac. Já as doses entregues ontem foram produzidas na 💥️Índia, pela Universidade de Oxford e pelo laboratório 💥️AstraZeneca.
Os insumos foram redistribuídos às 52 cidades do estado e, no último dia 22, todos os municípios iniciaram a vacinação dos profissionais de saúde que atuam no atendimento a pacientes com covid-19, de indígenas aldeados e idosos com mais de 60 anos que moram em casas de repouso ou asilos.
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