Comercializadoras de energia miram expansão e buscam cliente até no YouTube
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável por monitorar e registrar operações no mercado, disse que houve salto de 16% no número de comercializadoras em atividades em 2023, para 397 empresas (Imagem: Pixabay)
Comercializadoras de 💥️energia elétrica têm ampliado negócios no 💥️Brasil em meio a uma nova onda de crescimento do chamado mercado livre de eletricidade, nicho em que 💥️empresas e indústrias com maior demanda podem fechar contratos de suprimento e preços diretamente com os fornecedores.
O movimento é uma aposta de diversos investidores diante de uma reforma regulatória prometida pelo governo do presidente 💥️Jair Bolsonaro, que se aprovada permitiria que até pequenos consumidores residenciais possam negociar livremente sua própria energia no médio prazo.
De olho nessa perspectiva, empresas de comercialização de energia & que incluem um braço da elétrica italiana Enel e o banco 💥️BTG Pactual, entre centenas de outras& têm buscado formas de disputar clientes de menor porte, que segundo especialistas deverão puxar a expansão do mercado nos próximos anos.
Os esforços para atrair esse público para o mercado livre de eletricidade envolvem desde o uso de aplicativos para celular e agentes autônomos até divulgações no site de vídeos YouTube, além de estratégias antes pouco usuais no setor, como descontos na popular “Black Friday”.
O chefe do BTG para comercialização de energia, Manuel Gorito, disse que o banco pretende usar sua plataforma digital já existente voltada a pequenas e médias empresas (PMEs) para ganhar escala e competitividade frente a rivais.
“Nossa ambição nesse produto para PMEs é ser um dos maiores ‘players’ desse mercado”, afirmou à 💥️Reuters.
As comercializadoras oferecem em geral descontos de até 30% em relação ao custo de contratação de energia junto a uma distribuidora, no chamado mercado regulado. O cliente ainda pode escolher prazo de fornecimento e até a fonte de geração, a depender dos pacotes negociados.
O chefe do BTG para comercialização de energia, Manuel Gorito, disse que o banco pretende usar sua plataforma digital já existente voltada a pequenas e médias empresas (Imagem: Divulgação/ BTG Pactual)
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável por monitorar e registrar operações no mercado, disse que houve salto de 16% no número de comercializadoras em atividades em 2023, para 397 empresas.
Já os consumidores aptos a negociar energia no mercado livre eram mais de 8,5 mil ao final do ano passado, alta de 20% na comparação anual.
A expansão foi guiada principalmente por clientes de menor carga, conhecidos como consumidores especiais, com crescimento de 68% ano a ano, segundo a CCEE.
A estratégia do BTG para aproveitar o forte momento do setor de comercialização ainda passa pelo uso da rede de agentes autônomos do banco e pela contratação de consultores especializados na atração de novos consumidores livres, disse Artur Hannud, também sócio da mesa de energia.
“Vemos espaço para a entrada de empresas de menor porte nesse mercado. Mantendo a regulação vigente, estimamos que cerca de 20 mil clientes estejam aptos a migrar para o mercado livre.”
A busca pelos consumidores menores, conhecidos como “de varejo”, também está no radar da Enel & desde o ano passado ela promove campanhas publicitárias de sua comercializadora Enel Trading que incluem divulgações na televisão, redes sociais e no site de vídeos YouTube.
A empresa chegou até mesmo a participar da “Black Friday” em 2023, quando ofereceu descontos especiais para novos clientes.
“A expansão do mercado livre é uma tendência no setor elétrico brasileiro com a modernização do marco regulatório… consideramos que, no futuro, o principal ‘driver’ de crescimento será o segmento do varejo”, disse à Reuters o chefe da Enel Trading, Javier Alonso, em nota.
Disputa acirrada
A comercializadora 💥️2W Energia, que chegou a pedir registro para uma oferta inicial de 💥️ações (💥️IPO) em 2023, foi buscar fora do setor elétrico uma executiva para apoiar sua estratégia em meio à concorrência mais intensa no mercado livre.
A empresa contratou a ex-CEO da rede varejista de alimentação Mundo Verde, Claudia Abreu, para chefiar uma nova unidade voltada à captação de clientes menores.
“Nós configuramos um ‘approach’ comercial mais agressivo. Começamos a entender que nós falávamos muito ‘energês'”, disse à Reuters o CEO da 2W, Claudio Ribeiro.
Ele explicou que a empresa também desenvolveu um aplicativo e expandiu a atuação com agentes autônomos.
Outras elétricas também anunciaram recentemente o lançamento de plataformas digitais voltadas à captura de novos clientes para o mercado livre, como a AES Brasil e a Omega Energia.
“Nós configuramos um ‘approach’ comercial mais agressivo. Começamos a entender que nós falávamos muito ‘energês'”, disse à Reuters o CEO da 2W, Claudio Ribeiro (Imagem: Divulgação/ Site)
O mercado cresceria ainda mais rápido no futuro se aprovada uma reforma do setor elétrico que tramita no Congresso. Apoiado pelo Ministério de Minas e Energia, o projeto prevê redução gradual de exigências para que empresas atuem no mercado livre, até uma liberalização total do mercado após 42 meses.
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