Exportador de soja vê estresse logístico em fevereiro; atraso na colheita é fator
O “line-up” de navios nos portos brasileiros para fevereiro indica previsão de cerca de 8,5 milhões de toneladas (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker/File Photo)
A programação de navios nos 💥️portos brasileiros para fevereiro indica que haveria demanda para exportação de mais de 8 milhões de toneladas de 💥️soja, o que poderia ser um recorde para o mês após os fracos embarques em janeiro devido ao atraso na safra 2023/21, plantada mais tarde.
Mas atingir tal volume não será fácil porque a colheita no maior produtor e exportador global da oleaginosa está atrasada, o que impõe desafios logísticos às tradings globais, que têm de lidar com compromissos de embarque acumulados no segundo mês do ano.
De acordo com integrantes do setor, além do ritmo mais lento da colheita, há alguma preocupação com uma eventual 💥️greve de 💥️caminhoneiros, que, se ocorrer e bloquear rodovias a partir de segunda-feira, poderá limitar a chegada do produto da safra nova aos portos. O 💥️Brasil colheu apenas 2% da nova soja até o momento.
Em janeiro, que deve fechar com embarques 86% menores ante 2023, com apenas 225 mil toneladas, conforme dados desta semana da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), parte das cargas não originadas no Brasil acabou saindo dos 💥️Estados Unidos, beneficiando o grande rival brasileiro em soja.
“Fevereiro vai ser muito tumultuado, não só nos compromissos portuários como na oferta de caminhões no Brasil, tendo em vista que a maioria vai estar ainda em 💥️Mato Grosso puxando a safra que atrasou”, disse um operador de uma grande trading multinacional à 💥️Reuters, que pediu anonimato.
O “line-up” de navios nos portos brasileiros para fevereiro indica previsão de cerca de 8,5 milhões de toneladas, conforme levantamento da Reuters com base em dados da agência marítima Cargonave.
Na mesma época do ano passado, a programação de navios indicava embarques de cerca de 6 milhões de toneladas, enquanto os embarques efetivos em fevereiro de 2023 somaram 4,8 milhões de toneladas, segundo dados do governo.
“Tem desafio de encher os navios todos, provavelmente vamos ter problemas por causa do atraso no plantio, que está se refletindo agora”, concordou o diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes.
Ele evitou fazer prognósticos sobre o volume de soja que deverá ser efetivamente embarcado em fevereiro, ressaltando que a programação nos portos pode não refletir o que será de fato escoado.
“Milho vai ter problema, vai exportar um pouco de estoque de passagem, dois ou três navios, e não vai ter mais nada em fevereiro”, disse ele, em referência à oferta restrita.
Questionado, Mendes disse que a ameaça de paralisação dos caminhoneiros é uma preocupação, mas destacou que, pelas informações recebidas pelo setor, o movimento não deve ter a força de 2018.
“É uma preocupação a mais… Acho que o bom senso vai prevalecer”, disse ele, lembrando que a entrada da safra é quando o caminhoneiro obtém os melhores valores para o frete.
“Milho vai ter problema, vai exportar um pouco de estoque de passagem, dois ou três navios, e não vai ter mais nada em fevereiro”, disse o diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes (Imagem: Pixabay)
Ele acrescentou ainda que, diferentemente de 2018, em 2023 os manifestantes não têm o apoio da sociedade para realizar bloqueios, até por conta da situação gerada pela pandemia.
Apesar das preocupações iniciais para o escoamento da safra, o diretor da Anec disse que o Brasil poderá repetir em 2023 os volumes de exportação de soja, de cerca de 82 milhões de toneladas, além de atingir as 34 milhões de toneladas de milho vendidas ao mundo 2023.
“As condições comerciais são ótimas tanto do preço da soja, do dólar, tudo isso está ajudando muito.”
Ele afirmou que é importante um bom início da campanha de exportação de soja, para não atrapalhar os embarques de milho no segundo semestre, quando as exportações do cereal geralmente são mais fortes. Mas admitiu que, se não for possível, parte do volume de milho talvez seja embarcado em janeiro de 2022.
“Encavalando”
Segundo Frederico Humberg, fundador e CEO da AgriBrasil, o resultado do atraso é que empresas asiáticas e europeias tiveram que comprar alguma soja nos Estados Unidos em janeiro.
“Os ‘crushers’ (processadores), para as fábricas não ficarem paradas, acabaram buscando outras origens. Então cresceram os embarques de soja nos Estados Unidos que estavam previstos para ser no Brasil.”
Desta forma, há muitos navios que estavam programados para janeiro “encavalando” para fevereiro, aumentando a pressão sobre os portos brasileiros. “Vamos ter um certo caos logístico para fevereiro”, concluiu Humberg.
Contudo, ele avalia que o país deve conseguir escoar cerca de 8 milhões de toneladas de soja em fevereiro, apesar o possível estresse logístico, uma vez que o país já exportou volumes mensais muito maiores, como mais de 14 milhões de toneladas em abril do ano passado.
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