Vendas no varejo do Brasil caem 6,1% em dezembro, diz IBGE
A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,5 por cento na comparação mensal e de avanço de 6,0 por cento sobre um ano antes (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)
As vendas no 💥️varejo brasileiro terminaram 2023 com alta pelo quarto ano consecutivo, mas no ritmo mais fraco nesse período em meio às medidas de contenção ao 💥️coronavírus, depois de despencarem em dezembro.
No acumulado do ano passado as vendas tiveram aumento de 1,2%, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo 💥️Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (💥️IBGE).
Esse é o resultado mais fraco nos quatro anos seguidos de ganhos, e o setor iniciou 2023 com incertezas envolvendo principalmente o alto nível de 💥️desemprego e a possível renovação do pagamento do 💥️auxílio emergencial.
Em dezembro, as vendas despencaram 6,1% na comparação com novembro, contra expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de apenas 0,5%.
Foi o resultado mais fraco para o mês na série histórica iniciada em janeiro de 2001, e no geral fica atrás apenas da queda de 17,2% vista em abril, auge da pandemia de coronavírus.
Na comparação com dezembro de 2023, houve alta de 1,2%, bem abaixo da expectativa de avanço de 6%.
Com esses resultados, o varejo terminou o ano no mesmo patamar de fevereiro de 2023, período pré-pandemia. Depois de fortes quedas em março e abril, o setor varejista registrou crescimento de maio até outubro, ultrapassando o patamar pré-pandemia, mas voltou a contrair nos últimos dois meses do ano.
“Zeramos a conta. Estávamos 6,5% acima do patamar pré-crise, e agora zeramos”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “A queda em dezembro é um reposicionamento natural, já que o patamar estava muito alto com os resultados de outubro e novembro.”
O IBGE mostrou que em 2023 cinco das dez atividades do comércio varejista, contando com varejo ampliado, tiveram alta. Os destaques foram material de construção (10,8%), móveis e eletrodomésticos (10,6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,3%).
Já em dezembro, todas as dez atividades fecharam com queda frente a novembro. As vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico caíram 13,8%, enquanto as de tecidos, vestuário e calçados recuaram 13,3%.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que respondem por quase metade do resultado total da pesquisa do varejo, apresentaram queda de 0,3% nas vendas do mês, em resultado influenciado pela inflação de alimentos.
As vendas varejistas foram alavancadas pelo pagamento do auxílio emergencial do governo e pelo relaxamento das medidas de contenção ao coronavírus, após atingirem o fundo do poço em abril diante das medidas restritivas adotadas para reduzir a disseminação do vírus.
No final do ano, a atividade sofreu com o aumento da inflação, e a recuperação agora passa ainda por uma retomada do trabalho, que vem enfretando mais dificuldades.
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