Queiroga contempla demandas do Congresso por mudança na Saúde, mas gera mal-estar no centrão

Lira

Segundo uma fonte consultada pela Reuters, Lira e outros deputados do centrão que articulavam a troca de comando do Ministério da Saúde ficaram “muito contrariados” com a decisão de Bolsonaro e estão “reclamando muito” (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A escolha do cardiologista 💥️Marcelo Queiroga para o cargo de ministro da 💥️Saúde criou desconforto no centrão, que havia se manifestado publicamente por outro nome, mas ao mesmo tempo contempla, de alguma forma, as demandas do 💥️Congresso por mudança na pasta diante da reação negativa da população à gestão da área, quando o país vive seu momento mais crítico da pandemia de 💥️Covid-19.

Ao mesmo tempo em que integrantes do centrão demonstraram contrariedade com a escolha de um nome ligado ao senador 💥️Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente💥️ Jair Bolsonaro, e dispararam o alerta de que erros não serão mais tolerados na Saúde, também teve início uma operação de panos quentes, segundo a qual Bolsonaro não era obrigado a acatar uma opinião do grupo.

O presidente da 💥️Câmara dos Deputados, 💥️Arthur Lira (PP-AL), principal expoente do centrão e um dos interlocutores de suas demandas com o governo, publicou no fim de semana em seu Twitter uma defesa do nome da médica Ludhmila Hajjar para assumir a pasta no lugar do general 💥️Eduardo Pazuello.

Segundo uma fonte consultada pela 💥️Reuters, Lira e outros deputados do centrão que articulavam a troca de comando do Ministério da Saúde ficaram “muito contrariados” com a decisão de Bolsonaro e estão “reclamando muito”.

A movimentação do grupo era para voltar a ocupar o ministério, que já foi do PP por vários anos, fosse pela indicação de Ludhmila, que não é filiada a qualquer partido, ou do deputado Luiz Antonio Teixeira Jr (PP-RJ), o Dr. Luizinho, que era a indicação inicial dos partidos.

Essa fonte relatou que a intenção não era apenas tirar Pazuello do comando da pasta, mas colocar alguém próximo ao centrão e com quem os parlamentares tivessem entrada direta.

A avaliação é que Lira, ao encampar o nome da médica publicamente e depois vê-la ser dispensada, com a escolha de um indicado de Flávio Bolsonaro para o posto, teve arranhada sua imagem de interlocutor do governo capaz de abrir caminho para o centrão no governo.

Outra fonte disse que a gestão de Queiroga será avaliada de perto e alertou que não vai haver tolerância a deslizes. “Não teremos paciência com ele. É acertar ou acertar”, disse a fonte, dando o tom de como o novo ministro será avaliado.

Um dos focos será a aceleração da vacinação contra a Covid-19, tema recorrente nas falas dos parlamentares.

Uma terceira fonte ponderou, por outro lado, que o presidente da Câmara teria dito a alguns parlamentares não estar chateado com a decisão do presidente.

A mensagem de Lira é que não estava pressionando o governo, mas emitindo sua opinião contra a permanência de Pazuello e pela escolha de um nome técnico, não necessariamente político.

Queiroga foi anunciado como novo ministro na noite de segunda-feira por Bolsonaro, em substituição a Pazuello. Ele será o quarto ministro da Saúde do Brasil em um ano, período em que o país registrou, até o momento, quase 280 mil mortos devido à pandemia de Covid-19.

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