Secretário de Saúde de SP diz que ministério burocratizou registro de mortes por Covid
No Estado de São Paulo, para se ter uma ideia, foram registradas na terça 1.021 mortes por Covid-19 em 24 horas (Imagem: REUTERS/Alexandre Meneghini)
O 💥️Ministério da Saúde alterou o sistema em que são registradas as mortes por 💥️Covid-19, passando a exigir dados como número de Contribuinte Pessoa Física (CPF) e do Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) dos mortos, o que fez com que os municípios informassem entre terça e quarta-feira um número mais baixo de óbitos do que realmente ocorreu, disse nesta quarta-feira o secretário de Saúde do Estado de 💥️São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Gorinchteyn disse que a alteração “burocratizou” o registro de mortes por Covid-19 no 💥️Brasil e não foi previamente comunicada a Estados e municípios.
A alteração no sistema da pasta acontece no dia em que o Brasil se aproxima da marca de 300 mil mortos por Covid-19 e após o país registrar pela primeira vez mais de 3 mil mortes pela doença em um único dia.
“A mudança do sistema Sivep-Gripe pelo Ministério da Saúde, fazendo alterações especialmente nos aportes de dados com incrementos de registros como número de CPF, Cartão SUS, burocratizou a informação para os próprios municípios”, disse Gorinchteyn.
“Dessa maneira, burocratizar sem avisar, fez com que nós não tivéssemos aportado por grande parte do número de municípios do país o número real de óbitos”, acrescentou.
No Estado de São Paulo, para se ter uma ideia, foram registradas na terça 1.021 mortes por Covid-19 em 24 horas. Nesta quarta, com a mudança no sistema de registro do ministério, o número caiu para 281 mortes.
Não é a primeira vez que o Ministério da Saúde faz alterações nos dados públicos sobre a Covid-19. Em junho, a pasta passou a divulgar os números por volta de 22h, quando a praxe até então era que eles saíssem por volta de 19h.
Na ocasião, o presidente 💥️Jair Bolsonaro, ao comentar a mudança, afirmou: “acabou matéria no Jornal Nacional”, em referência ao telejornal da TV Globo, o de maior audiência do país.
Depois, a pasta chegou a tirar do ar o site onde os dados são divulgados e, quando ela voltou, o ministério deixou de divulgar os números consolidados da pandemia, informando apenas os casos novos, registrados no próprio dia.
Também em junho, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (💥️STF), deu liminar atendendo pedido da Rede, PCdoB e PSOL para que a pasta retomasse a divulgação dos dados completos e consolidados sobre a pandemia em seu site.
A decisão de Moraes foi confirmada por unanimidade pelo plenário do Supremo em novembro.
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