O que as 6 maiores gestoras do Brasil estão pensando? Veja um resumo de cada carta mensal
As gestoras entendem que o agravamento da pandemia e o lento processo de vacinação são vistos como obstáculos para a recuperação econômica (Imagem: Freepik/@standret)
Os principais fundos de hedge do Brasil adotaram um tom cauteloso em suas últimas cartas a clientes, visto que recrudescimento da pandemia e crescentes preocupações fiscais pesam sobre os ativos do país.
💥️Gestores de ativos estão preocupados de que o impasse sobre o orçamento do país, que subestimou as despesas obrigatórias, deteriorará ainda mais o cenário fiscal.
Com o desgaste se arrastando por semanas e sem solução à vista, a 💥️Verde Asset Management disse aos clientes que o mercado não vê um compromisso fiscal por parte dos líderes políticos. A 💥️SPX Capital reduziu sua posição em ações brasileiras com preocupação semelhante.
O agravamento da pandemia, que vem batendo recordes quase que diariamente, e o lento processo de vacinação são vistos como obstáculos para a recuperação econômica. Para 💥️Kapitalo, a queda nas taxas de mobilidade devido a políticas de distanciamento social deve causar uma desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre, ao contrário de estimativas de dois meses atrás que indicavam forte crescimento do 💥️PIB.
Ao mesmo tempo, a inflação deve continuar surpreendendo para cima, de acordo com a Legacy Capital. A gestora projeta que o 💥️IPCA chegará a 5,5% este ano, acima do limite superior do intervalo da meta.
Veja o que algumas das maiores gestoras de multimercado disseram em suas cartas de março:
Adam Capital
A crescente incerteza no cenário interno sustenta descontos em ativos. A elevação em 0,75 pp da 💥️Selic em março marcou uma importante mudança ne atitude do 💥️Banco Central para combater a resiliente inflação, que é impulsionada pelo aumento dos preços das 💥️commodities e pela desvalorização do real.
A Bahia Asset tem posições compradas nos setores de commodities e consumo discricionário (Imagem: Site/Man Group)
Bahia Asset
Um aumento exponencial da 💥️Covid-19 no país em meio ao debate orçamentário amplia os riscos de uma deterioração fiscal. Mercado precifica ciclo de altas relevante a frente, baseando-se no último comunicado do Copom e nos riscos fiscais e políticos — que envolvem decisão do 💥️STF de tornar o ex-presidente 💥️Luiz Inácio Lula da Silva elegível novamente. Gestora tem posições compradas nos setores de commodities e consumo discricionário.
Ibiuna Investimentos
No Brasil, os fundamentos “seguem se fragilizando aceleradamente” em meio a crescentes problemas fiscais e políticos, o agravamento da pandemia e o ritmo lento de vacinação, o que deve impactar o ritmo da recuperação. O gestor de ativos está cético quanto à capacidade do governo em avançar com agenda ampla de reformas até o final do atual mandato presidencial.
“O ambiente político “muito conturbado” tornou os ativos brasileiros muito voláteis e contribui”, disse a Kapitalo (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)
Kapitalo Investimentos
O agravamento da pandemia no Brasil e a queda da mobilidade relativa devem resultar em uma desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre, enquanto a inflação segue pressionada pela alta das commodities e contínua fraqueza do real. O ambiente político “muito conturbado” tornou os ativos brasileiros muito voláteis e contribui para manter os níveis de prêmio de risco elevados.
Legacy Capital
Banco Central deve acelerar o ritmo de aperto monetário, já que a inflação tende a seguir surpreendendo positivamente tanto o mercado quanto a autoridade monetária. Legacy projeta inflação para 2023 em 5,5%, acima do limite superior do intervalo da meta, e em 4,1% em 2022. A relutância dos políticos em seguir as regras fiscais é o principal foco da macro incerteza no Brasil.
Para a SPX, de Rogério Xavier, uma aceleração da inflação global pode desencadear uma nova crise para o país (Imagem:Divulgação/Empiricus)
SPX Capital
As fragilidades do Brasil estão sendo colocadas a teste com “resultados bastante insatisfatórios”, à medida que os desequilíbrios fiscais e monetários dificultam a administração da crise de saúde. A deterioração da posição fiscal do país exige um aumento de impostos e controle de gastos duro que dificilmente será feito pelo atual governo.
A experiência do Brasil em controlar as expectativas de inflação é recente e frágil, e o ajuste moderado que o Banco Central planeja fazer pode não ser suficiente.
Uma aceleração da inflação global pode desencadear uma nova crise para o país, e o Brasil terá ferramentas fiscais e monetárias muito limitadas para combatê-la. SPX cortou posições em ações brasileiras, com foco em mineração e serviços financeiros.
A gestora de Luis Stuhlberger tem sido “parcimoniosa” e “paciente” ao implementar posições no mercado (Imagem: Reprodução/ IFL)
Verde Asset Management
Mercado não vê compromisso fiscal por parte de lideranças políticas, resultando numa demanda por prêmio como não era visto há muito tempo. Gestora tem sido “parcimoniosa” e “paciente” ao implementar posições no mercado.
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