Para os não convertidos, Liga do Araguaia mostra que se faz dinheiro com boi e meio ambiente
Boi do Araguaia tem projetos de sustentabilidade para curto, médio e longo prazos (crédito: Liga do Araguaia)
Para aqueles que ainda não acreditam em Deus, a analogia com o mundo real que o coordenador executivo da Liga do Araguaia faz para a catequese dos pecuaristas não convertidos ao sistema de produção 💥️sustentável, já começa a apresentar números.
Conserve a 💥️floresta além da reserva legal e vai ganhar por isso. Produza um 💥️boi unindo os requisitos de qualidade com redução de emissões de CO² e vai ganhar por isso.
Esses são dois dos projetos desse agrupamento de produtores do Médio Araguaia do Mato Grosso, que tentam mudar o paradigma de que produzir com responsabilidade social e ambiental não é “frescura”.
Hoje já são 62 produtores, somando 150 mil hectares de pastagens, que participam como querem, escolhendo quaisquer dos projetos oferecidos em parcerias com empresas, instituições (💥️Embrapa Gado de Corte, por exemplo) e 💥️ongs.
Se ainda não é um convertido 100%, “para quem eu não preciso explicar que Deus existe”, como brinca José Carlos Pedreira, a Liga do Araguaia vai direto ao bolso, como aqueles dois programas do início deste texto.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) conseguiu verba da Holanda e Noruega e vai pagar algo como R$ 300 por hectare de floresta conservada acima do exigido pelo Código Florestal. É o Conserv Araguaia que está selecionando os participantes.
O outro é o Rebanho Araguaia em parceria com a 💥️Friboi, da 💥️JBS (💥️JBSS3). A companhia subsidia a implantação de um projeto de gestão para os fazendeiros entregarem os animais com indicadores de qualidade e produtividade superiores baseados na sustentabilidade.
Em três ciclos de três anos, até completar 30 propriedades & e com matéria-prima garantida -, a JBS deverá devolver na forma de prêmio sobre a @ aquilo que ganhar na comercialização diferenciada, explica Pedreira.
Seis projetos depois e outros em desenvolvimento, essa história começou há seis anos com 10 “convertidos”, em torno dos ideais da família Penido, do Grupo Roncador.
A Liga não é uma entidade, mas criou o Instituto Agroambiental Araguaia em janeiro para facilitar a gestão dos acordos e parcerias, do qual Pedreira também é o coordenador.
Engajamento
Como a região engloba 2,5 milhões de hectares, a maior parte assentada em áreas muito úmidas para a agricultura, a ampliação do alcance da Liga do Araguaia tem muito chão, diante da vocação tradicional da 💥️pecuária a pasto – e ainda mais a de cria.
E o engajamento de mais produtores é visto como natural, diante dos mandatos mercadológicos para uma “pecuária sustentável na prática”, como reza o slogan da Liga repetido pelo coordenador executivo, que deixou a consultoria de 25 anos em 💥️ESG (Ambiental, Social e de Governança, em português) para tocar mais profissionalmente esse grupo.
O que vai fazendo a diferença é que nada é compulsório para os membros, como também não se espere que a Liga saia confrontando os resistentes, menos ainda fazendo coro às críticas ao desmatamento e por aí afora.
Vida que segue.
Se cada um adotar um projeto que seja, já está de bom tamanho.
O bom dessa história, lembra José Carlos Pedreira, é que até projetos de retornos mais distantes e de custos mais altos de implantação vão ganhando adeptos.
Quer comercializar crédito de carbono no futuro? Vários já estão no projeto em parceria com a 💥️DOW Brasil.
Quer assegurar a vida das onças em harmonia com o gado, ao custo de algumas perdas de cabeça, tem também. Duas propriedades já estão nessa com o Instituto Onça Pintada, uma delas inclusive que já perdeu mil animais.
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