Agricultores nordestinos estão à margem da modernização tecnológica
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Agricultura familiar responde pela maior parte dos estabelecimentos agropecuários na região nordestina (Imagem: Unsplash/Ajmal Ali)
A participação das lavouras temporárias do 💥️Nordeste alcançou 7% da produção agrícola brasileira em 2017, o que indica queda frente a 2006, quando atingiu 15,5%.
A comparação, feita a partir de dados dos dois censos 💥️agropecuários mais recentes, consta de estudo divulgado, neste mês, pelo 💥️Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (💥️Ipea).
Além de um diagnóstico mais atual da atividade agrícola da região, a publicação ‘💥️Agricultura Nordestina: Análise Comparativa entre os Censos Agropecuários de 2006 e 2017’ avalia, entre outros aspectos, o uso das inovações tecnológicas, uma vez que influencia diretamente a produtividade das lavouras.
O estudo examinou a evolução da 💥️agricultura nordestina, em especial, da agricultura familiar que responde pela maior parte dos estabelecimentos agropecuários na região, sob a ótica da estrutura fundiária, da produção agrícola e do uso de insumos tecnológicos, como adubos, 💥️agrodefensivos, irrigação, mecanização e orientação técnica.
Trata-se de uma publicação, elaborada pelos pesquisadores César Nunes de Castro e Caroline Nascimento Pereira, ambos na Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur/Ipea).
Castro informou que já havia feito um estudo similar baseado no Censo Agropecuário de 2006.
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Estudo divulgado pelo Ipea avalia, entre outros aspectos, o uso das inovações tecnológicas, uma vez que influencia diretamente a produtividade das lavouras (Imagem: Unsplash/Gabriel Jimenez)
“Com a divulgação em 2023 do Censo Agropecuário de 2017, foi possível fazer uma comparação entre ambos e verificar o que mudou em relação ao censo de 2006”, disse.
Segundo o pesquisador, muitos dos produtores rurais da região Nordeste, que em maioria são agricultores familiares, estão à margem do processo de modernização tecnológica.
Ele explicou que a região se distingue pelas peculiaridades do semiárido, falta de infraestrutura, dificuldades de acesso a crédito e assistência técnica, além da 💥️escassez hídrica.
Especificamente quanto ao uso de insumos agrícolas, a avaliação dos dados revela uma menor intensidade no Nordeste, onde 30,3% dos estabelecimentos cultivam suas lavouras com adubação, frente a 42,3% no total do 💥️Brasil.
“A dificuldade de acesso e uso de tecnologias mais modernas, por falta de informação, orientação ou condições financeiras, reflete em menor produtividade e rentabilidade para os agricultores da região”, disse Castro.
Os dados do Censo Agropecuário 2017 indicam que poucos estabelecimentos (23,8%) na região utilizam defensivos, poucos possuem tratores (2,3%) e poucos tiveram acesso a algum tipo de assistência técnica, 8,2%.
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A dificuldade de acesso e uso de tecnologias mais modernas, por falta de informação, orientação ou condições financeiras, reflete em menor produtividade e rentabilidade para os agricultores da região (Imagem: Unsplash/Erik Aquino)
Das 10,1 milhões de pessoas ocupadas em atividades agropecuárias no Brasil, 46,6% trabalham em mais de 2,3 milhões de estabelecimentos no Nordeste, onde 79% são da agricultura familiar, e ocupam 7,8 milhões de hectares ou 20% da área total cultivada no país.
Somados ao obstáculo 💥️tecnológico, esses produtores ainda convivem com desafios históricos, como crédito, acesso à terra, infraestrutura para escoamento e comercialização de produtos.
“A superação desses gargalos pode ser estimulada por formuladores de políticas públicas, tendo em vista a situação de pobreza ou extrema pobreza de muitos agricultores familiares”, concluem os pesquisadores.
Com informações do 💥️Ipea
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