Dólar salta 2,7% no acumulado de semana turbulenta e já mira Jackson Hole

Dólar

O dólar à vista caiu 0,70%, a 5,385 reais na venda  (Imagem: Pixabay)

O 💥️dólar  (💥️USDBLR) fechou em queda nesta sexta-feira, mas não sem antes superar a barreira dos 5,47 reais, o que atraiu vendas, e a moeda acumulou firme alta na semana, sinal da maior exigência de prêmio de risco diante do aumento do burburinho político-fiscal doméstico e da leitura de que os 💥️EUA podem cortar estímulos antes do esperado.

O dólar à vista caiu 0,70%, a 5,385 reais na venda, maior queda desde o último dia 10 (-0,96%).

O alívio depois da alta de quase 3% nas duas sessões anteriores não veio sem volatilidade. Entre a máxima (5,4765 reais, alta de 0,98%) e a mínima (5,3711 reais, queda de 0,96%), a cotação variou mais de 10 centavos de real.

Nesta sexta, o dólar também ensaiou um ajuste de baixa no exterior, embora mais tímido. O índice da moeda norte-americana frente a uma cesta de divisas recuava 0,14% no fim da tarde, após mais cedo renovar máximas em nove meses e meio.

Aqui, o dólar futuro negociado na 💥️B3 (💥️B3SA3)chegou ao fim da tarde em baixa de 0,65%, a 5,3900 reais, após cravar 5,4840 reais pela manhã, maior patamar desde o começo de maio.

Em agosto, a moeda à vista ganha 3,39%, elevando a alta no ano para 3,73%.

Semana Turbulenta

O mercado já havia tempos que reagia mal ao noticiário de 💥️Brasília, com briga entre os Poderes e pressão por mais gastos, mas foi nos últimos dias que a “ficha caiu”, o que provocou uma onda de “stop-loss” (ordens automáticas de negociação de ativos para redução de perdas), o que fez o dólar disparar e levou os juros futuros a um salto de mais de 40 pontos-base em alguns vencimentos.

A sangria foi generalizada. O dólar subiu 2,65% na semana, valorização mais forte desde a semana finda em 9 de julho (+4,01%); o Ibovespa perdeu 2,6% em cinco dias; e os preços dos títulos públicos medidos pelo índice IMA Geral Total, da Anbima, caíram a mínimas desde abril.

“Os investidores já estão colocando nos preços riscos de maior desancoragem das contas públicas, em um ambiente em que 💥️Lula segue ganhando espaço em pesquisas (de intenção de voto para presidente) em detrimento dos números de Bolsonaro”, disseram profissionais do Citi em nota.

Para o câmbio, há fatores adicionais que podem justificar contínua pressão sobre o real. Os termos de troca (razão entre preços de exportação e importação) sofreram um tombo com as fortes quedas do 💥️minério de ferro e já pouco dão suporte à taxa de câmbio.

Além disso, de forma geral o posicionamento indica apostas favoráveis ao real por parte de investidores domésticos, e num ajuste mais forte essas posições podem ser desfeitas, o que teria efeito de compra de dólar e impulsionaria ainda mais a moeda norte-americana.

E esse movimento poderia ser acelerado caso operadores passassem a enxergar valor no mercado de DI (depois dos tombos recentes nos preços dos contratos), o que os estimularia a abandonar posições de alta no real em benefício de caça a pechincha na renda fixa.

Toda a turbulência do contexto doméstico tem como pano de fundo um ambiente externo de cada vez mais intenso debate sobre se os EUA cortarão estímulos monetários ainda neste ano.

Segundo o Barclays, o dólar poderia subir perto de 2% ante o real caso um salto de 30 pontos-base no juro real de cinco anos dos EUA provocasse uma queda de 5% no índice 💥️MSCI global para os mercados de ações.

No cômputo geral, a semana que vem começará já com a tônica do conservadorismo, com investidores à espera do simpósio anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, nos EUA, em que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, falará na sexta-feira e poderá oferecer pistas sobre o futuro dos estímulos monetários.

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