Ação do Banco do Brasil está descontada; o problema é o governo

Banco do Brasil

A Ativa elevou o preço-alvo do banco de R$ 35 para R$ 38, o que implica potencial de alta de 29,8% ante o último fechamento (Imagem: Banco do Brasil/Youtube)

Mesmo com descontos e negociando a múltiplos atraentes, analistas seguem pessimistas com os papéis do 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3), muito por conta da interferência política na companhia.

A 💥️Ativa elevou o preço-alvo do banco de R$ 35 para R$ 38, o que implica potencial de alta de 29,8% ante o último fechamento. 

“O Banco do Brasil é dono da maior carteira de crédito do país e possui diferenciais competitivos interessantes, como sua forte participação no crédito rural, que lhe garante resiliência em momentos adversos”, aponta o analista Leo Monteiro.

Ele lembra ainda que por ser uma empresa estatal, possui um P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial por Ação) menor que seus concorrências privados, o que abriria margem para uma possível valorização caso houvesse melhora na gestão do banco e redução nos riscos de interferência política.

“Entretanto, as recentes ações do governo, com demissões de diretores de estatais e ameaças ao programa de reformulação administrativa do banco, nos tornam céticos sobre uma possível melhora na governança e, portanto, optamos por nos manter neutros”, diz.

O ex-CEO 💥️André Brandão renunciou ao cargo em abril após abrir divergências com o presidente💥️ Jair Bolsonaro por conta do fechamento de agências. 

O desgaste começou em janeiro: o BB anunciou um plano para fechar 361 agências e programa de demissão voluntária para 5 mil funcionários, o que não agradou o presidente.

“Apesar do desconto que o Banco do Brasil possui sobre seus pares privados, fruto da precificação de seu risco político no valuation, as recentes intervenções do 💥️Governo Federal no banco nos tornam céticos quanto ao fechamento desse desconto em um horizonte projetável”, completa.

💥️Como foi o BB no segundo trimestre?

Monteiro argumenta que os índices de inadimplência e cobertura do BB se encontram em patamares saudáveis e em linha com o esperado pelo setor.

A carteira de crédito também é um ponto positivo: por ser conservadora em relação aos outros bancos, apresenta menor risco. 

No segundo trimestre, o Banco do Brasil 💥️lucrou 💥️R$ 5 bilhões, alta de 52% ante mesmo período do ano passado.

O número ficou um pouco acima do consenso do mercado, que esperava lucro de R$ 4,5 bilhões.

As provisões para devedores duvidosos caíram 49,8% ano a ano, embora tenham crescido 13,8% na base sequencial.

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