Peers: a Revolução 5G, o impacto na sociedade, nos negócios e nos investimentos
No Brasil a implementação está prevista para iniciar em 2022 nas grandes cidades, e as operadoras de telefonia móvel do país vão se beneficiar diretamente pelo aumento considerável de aparelhos conectados em sua rede com a internet das coisas (Imagem: REUTERS/Albert Gea)
Quando falamos em 💥️5G, é importante entender porque essa tecnologia é tão disruptiva e porque será a plataforma de transformação digital nessa década. De forma geral, podemos resumir essa revolução em quatro fatores: velocidade, conectividade, latência e eficiência energética.
Uma vez entendido o porquê de o 5G ser tão disruptivo, é importante pensarmos no cenário atual global após um ano e meio de pandemia provocada pelo 💥️COVID-19. Nesse período, a transformação digital acelerou, barreiras e preconceitos ruíram rapidamente. Serviços públicos e privados foram digitalizados da forma acelerada, nos adaptamos a trabalhar de casa, participamos de reuniões e eventos virtuais, projetos foram entregues, conexões e negócios são feitos nesse ambiente.
Aliado a isso, trilhões de dólares foram injetados no mercado global como forma de estímulo econômico. Grandes empresas, empreendedores, cientistas, startups, entre outros foram forçados a aplicar grandes orçamentos em pesquisa e desenvolvimento.
Nesse curto intervalo de tempo, muitas soluções foram implementadas no campo da saúde e da tecnologia, mas além disso os subprodutos de todo esse avanço serão aplicados nos próximos anos e darão suporte a grande parte do que vamos ver de desenvolvimento nessa década.
Traçando um paralelo com a crise imobiliária de 2008 nos EUA, quando trilhões de dólares foram injetados na economia e direcionados para pesquisa e desenvolvimento, vimos nascer um ecossistema baseado em startups de tecnologia que impulsionaram a economia americana em um crescimento consistente por dez anos, até ser interrompido pela pandemia.
Trazendo para o campo prático, o desenvolvimento da tecnologia 5G, combinado a mudanças nos hábitos da sociedade, aceleração da transformação digital e a abundância de capital, habilitará uma nova estrada de crescimento em praticamente todos os setores da indústria e serviços.
No Brasil a implementação está prevista para iniciar em 2022 nas grandes cidades, e as operadoras de telefonia móvel do país vão se beneficiar diretamente pelo aumento considerável de aparelhos conectados em sua rede com a internet das coisas, além da procura dos consumidores para compra de celulares da nova geração. Por outro lado, serão forçadas a realizar investimentos pesados na aquisição de espectro e na implementação da nova rede 5G.
Já em relação as soluções tecnológicas que serão oferecidas, devemos fazer uma separação entre dois mundos, o que se aplica ao usuário faz o uso de um aparelho celular no seu dia a dia e o que será aplicado no setor industrial e de serviços.
Para os usuários de telefones celulares, podemos imaginar uma série de novos aplicativos que se beneficiarão dessa ruptura tecnológica. Pode-se incluir soluções baseadas em realidade virtual com aplicação nos campos da educação, trabalho e jogos on-line, assim como monitoramento em tempo real da saúde.
Já para o setor industrial e de serviços, com mais aparelhos conectados, internet das coisas e o avanço da inteligência artificial, as mudanças serão ainda mais percebidas.
A cadeia de valor da indústria será mais eficiente, com robôs mais conectados, precisos e velozes, operando nas fábricas, centros logísticos e distribuição no varejo. Conexão e automação ganharão velocidade no agronegócio, trazendo maior produtividade. No setor de saúde, abre-se a possibilidade de cirurgias remotas e melhor acompanhamento da saúde dos pacientes. Cidades inteligentes conectadas, com carros autônomos, drones e robôs realizando entregas, cuidando do trânsito e da limpeza.
Com todo esse contexto pode-se projetar um cenário de criação de valor, geração de novos negócios, aceleração do surgimento de novas startups, movimentos de M&A e novos IPOs, que vão impulsionar o crescimento da economia nos próximos anos com o 5G sendo a tecnologia habilitadora.
(Imagem: Divulgação/Peers Consulting)
Por Miguel Vieira, associado da Peers Consulting há 1 ano. Atualmente atua como gerente associado e lidera as práticas de M&A da Peers. Formado em Administração de Empresas pela PUC, possui MBA em Finanças pela FIA e cursos executivos de negócios pelas universidades de Stanford e MIT. Atuou também como gerente de M&A na KPMG e em posições estratégicas na Telefonica | Vivo durante a consolidação setor de Telecom no Brasil.
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