Crise elétrica eleva custos de parte do setor de mineração no Brasil, diz Ibram
O país vive a maior seca em mais de 90 anos em reservatórios de hidrelétricas principal fonte geradora de energia no Brasil (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
Parte da 💥️indústria de mineração tem sofrido forte aumento nos custos diante da alta nos preços da eletricidade no 💥️Brasil, com a 💥️crise elétrica, afirmou à Reuters o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que vê ainda riscos de impactos na produção mineral, caso o cenário se agrave.
O país vive a maior seca em mais de 90 anos em reservatórios de hidrelétricas principal fonte geradora de energia no Brasil.
Para lidar com o problema, o governo federal tem acionado térmicas mais caras e importações, além de outras medidas que impulsionaram os preços.
Grandes mineradoras, como 💥️Vale (💥️VALE3) e 💥️Anglo American, disseram que até agora não sentiram impactos mais relevantes em seus custos.
Segundo o Ibram, de maneira geral o setor tem autogeração ou conta com energia contratada previamente no mercado livre, onde grandes indústrias podem negociar diretamente seu suprimento.
Mas outras companhias do setor mineral tiveram que realizar aquisições extras, mesmo contando com parte de energia de geração própria.
“No caso de empresas que já tiveram que realizar aquisição adicional aos seus contratos, elas têm enfrentado um aumento muito grande dos custos, devidos a encargos que estão altíssimos: encargos tanto estruturais quanto conjunturais”, disse o Ibram, em uma resposta por email.
“Os impactos têm sido significativos nos custos de produção das empresas.”
Tais custos, segundo o Ibram, dificilmente são repassados, já que os preços das commoditieis são baseados em cotações internacionais, em especial no momento de incertezas em relação ao cenário.
Impactos Produtivos e Enfrentamento
O Ibram pontuou, no entanto, que “ainda não foi observado redução na produção devido a estes fatores”.
Porém ponderou que, “com o grande risco de blecautes e em um cenário de racionamento, os impactos no setor produtivo poderão ser significativos, a exemplo do que aconteceu no passado”.
“Embora a mineração tenha se atentado para questões hídricas e energéticas já há algum tempo, a preocupação tem se intensificado, principalmente em relação a um futuro próximo.”
Para enfrentar o cenário, o Ibram pontuou que as mineradoras têm realizado o monitoramento diário do setor elétrico e energético, para guiar ações e planos de contingência, além de submeter ao governo planos de redução voluntária de demanda.
O governo lançou um programa que visa recompensar grandes consumidores que reduzirem seu consumo em horários de maior demanda.
Procurada, a Vale afirmou que vem monitorando o tema com atenção e até o momento não há impacto relevante sobre o negócio.
“Atualmente, a empresa conta com um portifólio robusto de geração própria, baseado em fontes renováveis”, disse a companhia, pontuando que tem procurado diversificar suas fontes de eletricidade por meio de investimentos em energia eólica e solar.
Já a Anglo disse que, diante da baixa pluviosidade verificada na região Sudeste do país nos últimos anos hidrológicos, a Anglo American desenvolveu um sistema de gestão de água com visão de longo prazo.
“Os processos foram melhorados, garantindo reserva de água nos períodos chuvosos e, especialmente, incrementando o reuso do insumo na operação. Com esse trabalho de planejamento de longo prazo, a empresa garante a produção em suas unidades sem aumento de custos ou perda de produção ligada à questão hídrica, afirmou.
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